Bem-Vindo a Nova York
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- Direção: Abel Ferrara
- Duração: 123 minutos
- Recomendação: 18 anos
- País: EUA
- Ano: 2014
Resenha por Tiago Faria
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Em maio de 2011, o então diretor do FMI Dominique Strauss-Kahn foi preso em Nova York acusado de abuso sexual por uma camareira. O processo desmoronou um mês depois, quando promotores puseram em dúvida a versão da vítima. Para o cineasta Abel Ferrara, no entanto, o caso não está encerrado. Em seu novo drama, o realizador desenterra o escândalo real e, com muitas liberdades e sem expor sequer o nome do executivo, compõe o perfil de um homem repugnante, autodestrutivo e viciado em sexo (vivido por Gérard Depardieu). A primeira meia hora de fita descreve, em sequências quase explícitas, extravagâncias sexuais tão patéticas quanto as encenadas por Leonardo DiCaprio em O Lobo de Wall Street, por exemplo. A diferença é que Ferrara invade a intimidade do figurão com um registro sombrio e denso — por isso, de difícil digestão. Revelado pelo cinema independente dos anos 90, o nova-iorquino virou cult com dramas de baixo orçamento e altíssimo impacto, como O Rei de Nova York (1990) e Vício Frenético (1992). Aqui, amparado por uma interpretação destemida e arrebatadora de Depardieu, demonstra não ter perdido o gosto por um cinema furioso. Consequência previsível: durante o Festival de Cannes deste ano, Strauss-Kahn anunciou a intenção de processar os produtores do filme. Estreou em 4/9/2014.