Abajur Lilás
- Direção: André Garolli
- Duração: 80 minutos
- Recomendação: 16 anos
Resenha por Dirceu Alves Jr.
Escrito em 1969, Abajur Lilás esbarrou na censura e só ganhou o palco seis anos depois. No drama de Plínio Marcos (1935-1999), a referência aos órgãos repressores está explícita na figura de Giro (papel de Josemir Kowalick), o cafetão homossexual que explora três prostitutas em um pardieiro. São elas a batalhadora Dilma (a atriz Fernanda Viacava), a revoltada Célia (Isadora Ferrite) e a sonsa Leninha (Carol Marques). Um abajur quebrado deflagra a ira de Giro e expõe a miséria à qual todos, inclusive ele, estão submetidos. As metáforas políticas e sociais propostas continuam atuais, mesmo que sob novas leituras, como a pressão capitalista e o medo de desafiar o poder. A direção de André Garolli, no entanto, imprimiu um ritmo mais lento e sutil, capaz de inibir a agressividade dos diálogos originais. Isadora Ferrite é o destaque do elenco, reforçando a desilusão de seu papel. Fernanda Viacava e Josemir Kowalick também surgem convincentes. O tropeço fica por conta da frágil atuação de Carol Marques e da presença de Daniel Morozetti, cujo personagem, sim, parece ter perdido o prazo de validade. Estreou em 9/7/2014. Até 27/11/2014.