A Invenção de Hugo Cabret
- Direção: Martin Scorsese
- Duração: 126 minutos
- País: EUA
- Ano: 2011
Resenha por Miguel Barbieri Jr.
Assim como a comédia francesa “O Artista”, esta aventura juvenil também faz uma bela homenagem ao cinema mudo. O longa-metragem, adaptado do livro homônimo de Brian Selznick, prima por um visual de época esplêndido. Depois de uma magnífica abertura sem diálogos, a história demora um pouco a chegar ao tema central. Na trama, Hugo Cabret (Asa Butterfield), um menino órfão, mora numa estação de trem na Paris da década de 30. Vivendo de furtos e dormindo no pavimento dos grandes relógios do local, sempre consegue escapar de um inspetor (Sacha Baron Cohen). Seu pai (Jude Law) deixou-lhe um caderninho com instruções para fazer um robô funcionar. Mas, ao ser capturado pelo velho Georges (Ben Kinsley), dono de uma loja de brinquedos, Hugo tem o objeto confiscado. Contando com a ajuda da sobrinha de Georges (papel de Chloë Grace Moretz), o protagonista embarca numa missão para desvendar alguns mistérios. Scorsese faz aflorar seu lado cinéfilo e, além de imagens dos filmes de Buster Keaton, Charles Chaplin, Harold Lloyd e até dos irmãos Lumière, precursores do cinema, o realizador traz à tona de forma tocante o fim da vida (ficcional) do diretor Georges Mèliés (1861-1938). Usar a técnica 3D em clássicos de Mèliés, como o ousadíssimo "Viagem à Lua" (1902), é algo tão genial que só poucos cineastas, como este inquieto realizador, poderiam imaginar e pôr em prática. Estreou em 17/02/2012.