A Grande Dama do Cinema marca o bem-vindo retorno do diretor Juan José Campanella ao cinema argentino após levar o Oscar de melhor filme estrangeiro, em 2010, por O Segredo dos Seus Olhos. Antes, havia comandado a animação Um Time Show de Bola. Com roteiro afiadíssimo, o realizador conta com um ótimo elenco de veteranos numa comédia dramática de desdobramentos inesperados e acidez nos diálogos. Na trama, Mara Ordaz (Graciela Borges) foi uma grande estrela no passado e hoje, já idosa, ostenta um Oscar de melhor atriz na entrada de seu casarão decadente. Vivem com ela o marido (Luis Brandoni) mais o roteirista (Marcos Mund¬stock) e o diretor (Oscar Martínez) de seus trabalhos. Um casal de corretores imobiliários, porém, vai atrapalhar a convivência do quarteto. Em delicioso clima farsesco e com referência à personagem Norma Desmond, de Crepúsculo dos Deuses, o filme se atropela nos quinze minutos finais. Mas não compromete uma atração que foge com sarcasmo dos clichês e dos estereótipos da terceira idade. Direção: Juan José Campanella (El Cuento de las Comadrejas, Argentina/Espanha, 2019, 129min). 14 anos. Estreou em 16/5/2019.