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Além do turismo de aventura, Brotas (SP) também é destino para sossego

Hotel Fazenda Areia que Canta completa trinta anos unindo preservação da natureza e lazer e tem história narrada em livro

Por Juliana Bueno
4 Maio 2024, 08h00

Maior que todas as sete cidades que compõem o ABC Paulista, com 1 100 quilômetros quadrados (o município de São Paulo tem 1 500 quilômetros quadrados, por exemplo), Brotas, a pouco mais de três horas de carro da Praça da Sé, é um dos principais polos de ecoturismo e aventura no país. Famosa pelas corredeiras do Rio Jacaré-Pepira e de seus afluentes, a localidade, com apenas 24 600 habitantes, é cenário ideal para a prática de rafting, escalada, rapel, arvorismo, tirolesa, caminhadas e outras dezenas de atividades em meio à Mata Atlântica e ao Cerrado.

Além de promover uma infinidade de passeios para todos os níveis (e bolsos) de aventura, a cidade conta com 62 hotéis e pousadas e setenta restaurantes, lanchonetes e cafés. Outra marca registrada do pedaço são os eventos desconexos das atividades aquáticas, arbóreas ou rochosas (quando chegava o frio a cidade ficava às moscas), que nos últimos anos foram incorporados ao calendário local. São os casos do Wolf Series (duatlon, em janeiro) e do Trirex, a segunda maior prova de triatlon do estado, com 3 000 atletas inscritos e o triplo de visitantes nas duas vezes em que a competição ocorre durante o ano.

Também fazem parte das festividades o Brotas Gourmet (de 15 a 18 de agosto), o Brotas Rock (14 e 15 de setembro) e a Festa de Santa Cruz (começou em 25 de abril e vai até 12 de maio). Essa última acontece em comemoração aos 185 anos do município. No campo cultural, os destaques brotenses são o Centro de Estudos do Universo (CEU), que conta com um observatório, o Museu do Café e o Museu do Caipira.

Toda a cidade é pet friendly. “Fizemos um trabalho de capacitação junto aos empresários para que eles pudessem recepcionar os animais. Agora, dá para fazer tirolesa e rafting com cachorros, por exemplo”, afirma o secretário municipal de Turismo, Fábio Pontes.

Enquanto a cidade comemora o crescimento das atrações para receber os 600 000 turistas que desembarcam no município nos doze meses do ano, outras celebrações também são registradas. Com trinta anos recém-completados, o Hotel Fazenda Areia que Canta tem outras sete décadas de histórias que acabaram de ser contadas em um livro (veja mais no quadro), escrito pelo jornalista Carlos Minuano.

De sítio centenário a livro

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A história do hotel contada por cliente que virou amigo

Antes de se tornar referência na hotelaria de Brotas, o Areia que Canta conta em vida a história de imigrantes que deixaram a Itália em busca de uma vida melhor no Brasil, no fim do século XIX. No caso dos Farsoni, que desembarcaram no Porto de Santos em 1887, o objetivo era procurar oportunidades que não encontravam em seu país de origem, marcado por grande crise econômica e de emprego. “O hotel tem a marca da família, de pessoas trabalhadoras, unidas e acolhedoras. Nós, os hóspedes, acabamos ficando amigos porque estão todos sempre lá, trabalhando e recebendo as pessoas”, afirma o jornalista Carlos Minuano, autor de Areia que Canta: 30 Anos de Histórias e Memórias. O livro, publicado pela editora Tucunacá, está à venda no hotel e na livraria Capisce, no centro de Brotas, por 45 reais.

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(Divulgação/Divulgação)

De um pequeno sítio adquirido pela família Farsoni em 1911, o hotel tem hoje o dobro do tamanho do paulistano Parque Ibirapuera. Antes de ganhar nova utilização e crescer para os lados, a Fazenda Tamanduá era utilizada para a agricultura e pecuária familiar. Em 1993, com o início das atividades turísticas na cidade, a propriedade rural foi aos poucos e em partes sendo transformada em um sítio turístico que recebia visitantes para passar o dia.

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Piscina é uma das opções de lazer (Areia que Canta/Divulgação)

No ano seguinte, o passeio foi incrementado com um café, servido onde hoje é a recepção do hotel. Do simples lanche ao início das hospedagens foram mais sete anos. Na ocasião, foram construídos doze apartamentos (hoje são 82) e uma estrutura para receber o público do day use. Na época, a grande atração do espaço era (e ainda é) uma nascente de água cristalina proveniente do Aquífero Guarani (a segunda maior reserva aquática subterrânea do planeta, que abrange parte do Brasil, Paraguai, Uruguai e Argentina). Batizado de “mina da areia que canta”, o lago ganhou esse nome devido ao barulho que a areia produz quando entra em atrito com os grãos de quartzo existentes no local.

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Areia que canta: aventura e lazer (Areia que Canta/Divulgação)

Antes da profissionalização do espaço, a nascente era constantemente invadida por pessoas de fora. “Decidimos criar o negócio pois não podemos segurar o lugar só para a gente. No início, teve quem nos chamou de egoístas, pois fechamos uma estrada que dava acesso e impedimos a entrada de estranhos. Eu disse que todo mundo teria direito a vir, não apenas alguns”, diz Andrelina Farsoni, a matriarca do local.

A preocupação com a preservação sempre foi marca do projeto, desde o passado até hoje. O entorno das águas da fazenda foi todo reflorestado entre 2005 e 2007. A nascente hoje recebe uma média de 100 pessoas por dia, limite para não sobrecarregar as estruturas. Além disso, o hotel conta com placas de energia solar que atende a 80% da capacidade de consumo do local. Toda a água de uso do hotel é aquecida por uma fornalha. Em relação à hospedagem, oferece atividades como tirolesa sobre o lago, pescaria, passeio a cavalo, ordenha, trilhas, piscina natural, horta, entre outras atrações.

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Hotel Fazenda Areia que Canta. Rodovia Engenheiro Paulo Nilo Romano (SP 225), km 124,5, Brotas-SP, CEP 17380-000 → ☎ (14) 3654-7300 e ☎ (14) 3654-7307. 

Publicado em VEJA São Paulo de 3 de maio de 2024, edição nº 2891.

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