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Roteiro de lugares mal-assombrados em São Paulo

Castelinho da Rua Apa, Edifício Martinelli, Câmara Municipal e outros pontos marcantes da cidade fazem parte da seleção

Por Bruna Gomes
Atualizado em 5 dez 2016, 18h30 - Publicado em 29 out 2010, 12h54

São Paulo é repleta de histórias de prédios mal-assombrados, atormentados por barulhos e espíritos que não conseguiram descanso. Essas lendas têm explicação: “As histórias fantásticas geralmente surgem a partir de algum fato violento e se adaptam ao perfil regional de onde se manifestam”, conta Rosana Schwartz, 46 anos, professora de história e de sociologia da Universidade Mackenzie.

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Uma das dificuldades encontradas pelos pesquisadores é descobrir exatamente quando e onde as histórias surgiram. “Os saberes populares e costumes são passados de geração para geração pela tradição oral. Quando uma história encontra algum elemento propício, ela se mantém e se aprimora”, explica Alberto Ikeda, professor de cultura popular do Instituto de Artes da Unesp.

Em meio a tantas histórias fantásticas e pontos históricos propícios para a propagação de histórias de terror, Angela Arena, de 43 anos, professora de história da arte, encontrou um novo trabalho. Ela trabalha como guia no projeto ‘São Paulo Além dos Túmulos’, da Graffit Viagens e Projetos Turísticos, e narra diversas histórias de lugares mal-assombrados da cidade.

O ‘São Paulo Além dos Túmulos’ consiste em um passeio guiado de quatro horas em que as pessoas têm acesso às histórias macabras de alguns pontos da cidade. O transporte é feito em um ônibus decorado com teias de aranha e outros itens temáticos. Até os guias entram no clima e aparecem fantasiados. Para os interessados, o tour custa 35 reais por pessoa e a saída é do Largo do Arouche.

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Depois de tanta prática com os passeios, Angela conta que os relatos que costumam causar maior comoção entre os participantes do tour do terror é o de Dona Yayá e o do Castelinho da Rua Apa. No primeiro caso, a casa localizada na Rua Major Diogo, 353, serviu de prisão para Sebastiana de Melo Freire, herdeira de uma das famílias mais ricas do interior paulista. Mais conhecida como Yayá, a moça foi diagnosticada como louca após a morte dos pais em 1900 e o suicídio do irmão mais velho em 1905. Para contornar o problema, uma antiga chácara foi adaptada para servir como sanatório particular e Yayá ocupou dois cômodos até sua morte, em 1961. “Vizinhos ouviam seus gritos e o lugar ficou conhecido como ‘a casa da louca’. Tive uma passageira que confirmou isso. Além do barulho, muitas pessoas garantem que viam vultos de uma mulher pelo jardim”, diz.

Já o suspense que ronda o Castelinho da Rua Apa é ainda mais trágico. Em 12 de maio de 1937, os irmãos Álvaro e Armando Reis e a mãe, Maria Cândida, foram encontrados mortos no local. “Segundo a versão da polícia, houve uma briga por causa de um negócio de família. No calor do momento, Álvaro matou o irmão e a mãe e em seguida se suicidou”, explica Angela. Depois do crime, o lugar foi abandonado e ocupado alguns anos depois por moradores de rua “que afirmam que já viram e ouviram muitas coisas estranhas” por lá. Hoje, o Castelinho abriga o Clube de Mães do Brasil.

Além destas histórias, Angela conhece outras lendas marcantes da cidade:

CÂMARA MUNICIPAL

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No passado, o espaço onde a Câmara se localiza foi um cemitério indígena. “O administrador relatou que já viu várias vezes o vulto de um homem entrar no elevador.”

CAPELA DOS AFLITOS

No terreno onde a capela foi construída eram enterrados criminosos, escravos doentes e indigentes. “Muitas pessoas que trabalham na região já me disseram que viram vultos em depósitos e ouviram barulhos estranhos também.”

EDIFÍCIO JOELMA

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O espaço localizado na esquina da Avenida Nove de Julho com a Rua Santo Antônio foi palco de duas grandes tragédias. Angela conta que na década de 40, um professor chamado Paulo Camargo matou suas duas irmãs e a mãe e enterrou os corpos em um poço. Após algumas semanas, vizinhos ficaram desconfiados por conta do mau cheiro e acionaram a polícia. Depois que os cadáveres foram descobertos, o professor se suicidou e o crime nunca foi desvendado. Acredita-se que esse crime gerou uma maldição que é usada como explicação para o incêndio que tomou o edifício Joelma no dia 1º de fevereiro de 1974. Esse acidente deixou centenas de feridos e quase duzentos mortos.

EDIFÍCIO MARTINELLI

Acredita-se que uma mulher loira e sem rosto circula pelo interior do prédio durante a noite. “Algumas pessoas afirmam que já viram portas de armários baterem sem explicação.”

FACULDADE DE DIREITO DO LARGO SÃO FRANCISCO

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“O corpo de Júlio Frank, professor de origem protestante muito querido pelos alunos, foi enterrado no pátio da própria faculdade no final do século XIX.” Angela diz que há relatos de que a alma do professor ainda vaga pelo local.

PALÁCIO DA JUSTIÇA

A guia cultural conta que alguns seguranças afirmam que já ouviram gritos e barulhos de correntes se arrastando vindos do porão do palácio.

VALE DO ANHANGABAU

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Angela explica que o significado do termo é ‘rio do diabo’ porque vários índios morriam ao tentar se banhar nas águas amaldiçoadas. “Quando o Viaduto do Chá foi construído, várias pessoas utilizaram o local para cometer suicídio e por alguns anos o local ficou conhecido como ‘suicidório’ municipal.”

Serviço

São Paulo além dos túmulos

Tel.: (11) 5549-9569

Preço: 35 reais por pessoa

Próxima saída: 7 de novembro, das 14 às 18h

 

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