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Atualuxo se consagra como maior encontro brasileiro no setor premium

Terceira edição do seminário começa dia 24 na cidade. Mentor da ideia, Carlos Ferreirinha fala sobre a posição do país no mercado AAA

Por Rosane Queiroz
Atualizado em 5 dez 2016, 18h05 - Publicado em 20 Maio 2011, 22h01

Três dias e um só assunto: luxo. Em sua terceira edição, o seminário Atualuxo – que acontece de 24 a 26 de maio em São Paulo – se consagra como o maior encontro brasileiro sobre o tema. Dessa vez, são 25 palestrantes de todas as partes do mundo. Mentor da ideia, Carlos Ferreirinha, presidente da MCF Consultoria & Conhecimento, referência em gestão de negócios nos segmentos luxo e premium, fala a VEJA SÃO PAULO sobre a posição do Brasil no mercado mundial e sobre os destaques desta edição.

+ Conheça os principais palestrantes da Atualuxo 2011

VEJA SÃO PAULO – O que esperar da terceira edição da Atualuxo?

Carlos Ferreirinha – É uma edição com foco nas mudanças do mercado de luxo na última década. Muitas marcas cresceram, outras se internacionalizaram, algumas sumiram. O seminário vai apresentar pesquisas exclusivas e palestrantes de diversos segmentos, discutindo o que há de novo e exemplificando como o luxo pode ser uma estratégia de diferenciação nos negócios.

VEJA SÃO PAULO – Quais são os destaques da programação?

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Carlos Ferreirinha – Logo na abertura, temos uma dupla de peso: a jornalista Yaffa Assouline, editora-chefe do site luxuryculture.com, e Christophe Rioux, presidente do MBA Gestão do Luxo da escola de comércio de Paris. Yaffa e Rioux vão traçar um panorama das transformações do mercado do luxo nesta última década. Receberemos também o arquiteto francês Denis Montel, autor de projetos como a loja Hermès na Rive Gauche, em Paris, em uma palestra sobre como conceituar espaços de luxo. A arte também entrará em pauta com a diretora da divisão de varejo do MoMA, Kathy Thornton-Bias, e a brasileira Fernanda Feitosa, diretora da SP Arte. (Veja a programação completa no site: https://www.atualuxo.com.br).

VEJA SÃO PAULO – Como o Brasil está posicionado no mapa-múndi do luxo?

Carlos Ferreirinha – A China, entre outros países da Ásia, vem se tornando o motor do mundo. Mercados tradicionais como o americano e o japonês têm apresentado resultados cada vez mais fracos. Alguns dos países que antes da crise mundial de 2008 estavam crescendo – Rússia, Índia e o bloco do Leste Europeu – agora demonstram fragilidade. A América Latina, que sempre foi marginalizada, apresentou em 2010 um crescimento de 12%. O destaque fica para o mercado brasileiro, que chegou a crescer 24%. O Brasil é visto como um mercado especial e promissor. Na América Latina, somos a capital do consumo de luxo. São Paulo é o coração desse mercado, concentrando 66% dos consumidores. Vivemos um momento especial, de crescimento e grandes oportunidades. Elas vão se traduzir a médio e longo prazo.

VEJA SÃO PAULO – Em quais segmentos de luxo o Brasil se destaca?

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Carlos Ferreirinha – Nos segmentos de perfumaria e cosméticos, na área gastronômica e hoteleira. Em 2010, algumas empresas apresentaram surpreendentes taxas de crescimento de 35%. A alta gastronomia supera as expectativas e cresce a ritmo vigoroso em toda a América Latina. Isso sem falar do consumo de carros premium, que tem aqui um dos melhores índices de vendas. Mais do que nunca o mundo está de olho nos impulsivos consumidores brasileiros. Além disso, temos sido capazes de criar marcas genuinamente de luxo nacionais. Em quase todos os países latino-americanos encontramos produtos ou serviços brasileiros que já determinam forte representatividade.

VEJA SÃO PAULO – Quais marcas de luxo nacionais e internacionais você destacaria como exemplo do que se espera no mercado de luxo atual e por quê?

Carlos Ferreirinha – No Brasil, a joalheria H. Stern, Trousseau (peças de cama, mesa e banho) e Chocolat Du Jour. Lá fora, Hermès, Gucci e Louis Vuitton. São marcas que atendem o conceito do que se pode chamar de luxo. Ou seja, são extraordinárias do começo ao fim. Pode não haver diferença entre uma bolsa Hermès e outra qualquer – no que diz respeito à sua função. Uma marca de luxo, no entanto, é excepcional na manufatura, na matéria-prima, no acabamento. Do começo ao fim, o produto apresenta o que há de melhor.

VEJA SÃO PAULO – Ok, somos um mercado cobiçado para receber marcas estrangeiras. Mas o que temos de mais forte como produto nacional?

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Carlos Ferreirinha – Sem dúvida a natureza, os resorts de luxo, isso é o que mais atrai o estrangeiro. Vivemos um momento singular na hotelaria, que só tende a crescer. Hotéis como Fasano, Emiliano e Hyatt têm registrado 90% de ocupação em São Paulo. Nesta edição da Atualuxo, receberemos Ted Quasula, membro da tribo indígena Hualapai, gerente Sky Walk, a incrível ponte de vidro sobre o Grand Canyon. Já Rogério Fasano, sócio-proprietário do Grupo Fasano, falará sobre o legado do grupo que tem 100 anos de tradição nesse ramo. E ainda Claire Houwse, da & Beyond, empresa voltada para o luxo e o turismo sustentável da África do Sul. Temos muito a aprender com os sul- africanos em termos de hotelaria e serviços.

VEJA SÃO PAULO – O que podemos aprender com a África do Sul?

Carlos Ferreirinha – Compartilhamos com eles problemas básicos de infraestrutura e carência de mão de obra especializada. A diferença é eles conseguem desenvolver hotéis e lodges de alto luxo no meio a selva. E nós? Temos uma das maiores reservas de biodiversidade do mundo e não sabemos explorar esse potencial. Na África do Sul, o turismo é visto como uma das principais fontes de economia. Eles utilizam a mão de obra local, e local para eles significa próxima do trabalho. Os chefs dos principais restaurantes e gerentes de grandes hotéis são sul-africanos, por exemplo. Por que ainda não conseguimos transformar o futebol brasileiro em uma marca mundial? Futebol, floresta, Carnaval são ícones do Brasil para o mundo inteiro. Não poderíamos ter uma franquia de lojas oficiais do futebol ou do Carnaval brasileiro lá fora?

VEJA SÃO PAULO – O que falta para melhorar?

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Carlos Ferreirinha – A infraestrutura, principalmente. Aeroportos, estradas, serviços. E o custo Brasil. Temos uma carga tributária assustadora. Falta também maior desenvolvimento de regiões fora do eixo Rio-São Paulo e um crescimento mais vigoroso da classe média. Nosso consumidor de luxo atual ganha em média R$ 10 mil por mês e tem investimentos a partir de R$ 100 mil.

VEJA SÃO PAULO – E para você, o que é luxo?

Carlos Ferreirinha – Tudo o que se refere a música e entretenimento. Não poupo para ver um show que me interessa e posso viajar para isso. Gosto de carros também, mas minha visão de luxo não é de consumidor. Sou um investigador do tema.

Atualuxo

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Quando: De 24 a 26 de maio, das 8h30 às 18h30

Onde: Casa Atualuxo

Rua Francisco Leitão, 416, Pinheiros, São Paulo, SP

Público: Qualquer pessoa que entenda que o conteúdo é de seu interesse pode participar. O público vai de jovens estudantes, recém-formados a diretores e CEOs de grandes empresas

Custo: R$ 3.815 por pessoa. O valor pode ser dividido em até 3 vezes

Informações: tel. (11) 3088-7258, São Paulo, SP

 

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