‘Anatomia Woyzeck’ não cativa o público
Encerramento da trilogia <em>Anatomia Comparada</em> não obtem a expressão das montagens anteriores
Duas características marcavam as montagens de Agreste (2004) e Anatomia Frozen (2009): a encenação minimalista e a impressionante capacidade dos atores de criar imagens e ilustrar situações apoiados nos gestos e no texto. Com Anatomia Woyzeck, a Cia. Razões Inversas e o diretor Marcio Aurelio encerram a trilogia Anatomia Comparada com um drama baseado em Woyzeck, peça inacabada do alemão Georg Büchner (1813-1837), e o que fica é o peso das palavras em um espetáculo quase estático. A trama centra-se no caso real de um soldado condenado e executado pelo assassinato de sua mulher, ocorrido na cidade alemã de Leipzig, em 1821. Vestidos de smoking e diante de microfones, os atores Clóvis Gonçalves, Paulo Marcello e Washington Luiz revezam-se nos personagens, mas não conseguem cativar o público. Não é um stand-up, óbvio, mas às vezes chega a parecer.
AVALIAÇÃO ✪