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Marido é indiciado por morte de socialite

Segundo a polícia, Claudio Pitanga foi responsável pela morte de Liliane Chieppe, vítima de um incêndio nos Jardins em janeiro

Por Ana Carolina Soares
Atualizado em 20 abr 2017, 20h12 - Publicado em 20 abr 2017, 19h56

Em 12 de abril, a delegada Victória Lobo Guimarães, titular da 78ª delegacia de polícia, nos Jardins, enviou ao Ministério Público documentos com a conclusão da investigação sobre a morte da empresária capixaba Liliane Chieppe (pronuncia-se “Kepe”), de 54 anos. Ela faleceu no dia 30 de janeiro em um incêndio que destruiu seu quarto na Rua Tatuí, no Jardim Paulistano, vítima de queimaduras de segundo e terceiro graus, além de lesão inalatória.

A investigação é mantida em sigilo, mas VEJA SÃO PAULO teve acesso aos documentos com exclusividade. A polícia indiciou o empresário Claudio Carvalho Pitanga, 52, marido de Liliane, pelo crime de abandono de incapaz, com o agravante de ser o cônjuge (os dois se relacionavam havia cinco anos e eram casados no papel desde 2015). Se condenado, ele pode pegar pelo menos cinco anos e quatro meses de prisão.

Liliane Chieppe: foi encontrado um vidro vazio de álcool 46 (produto altamente inflamável) no banheiro (Reprodução Facebook/Divulgação)

A empresária se tratava de um transtorno bipolar havia trinta anos, mas, segundo familiares e amigos, quando se sentia bem, dispensava os remédios e logo ocorriam as crises. Em 2 de dezembro do ano passado, ela foi internada no Hospital Sírio-Libanês com um quadro grave de depressão. Em 31 de dezembro, teve alta, mas precisaria tomar onze remédios diariamente, ter cuidados médicos constantes e jamais ficar sozinha. De acordo com os documentos, Claudio não seguiu as recomendações: não contratou enfermeiros, deixava a mulher pelo menos três horas por dia para suas sessões de ginástica e, certa vez, viajou a Vitória.

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No dia da tragédia, Liliane estava sozinha no quarto. A perícia não concluiu a causa do incêndio, mas relata alguns indícios: havia um vidro vazio de álcool 46 no banheiro (produto altamente inflamável); o fogo teria começado na cabeceira da cama; e não havia panes elétricas no local. O corpo da empresária foi encontrado no chão, perto da porta. E ela estava trancada, sem a chave.

Liliane sofria de depressão e precisava de cuidados constantes; segundo a polícia, Claudio se ausentava constantemente (Giovanni Albino/ Revista Portfolio/Divulgação)

A última mensagem foi trocada às 13h13, com o filho caçula Gabriel, do primeiro casamento. Nela, a empresária cobra o paradeiro da viagem do rapaz, como endereço e telefones das pousadas em Morro de São Paulo, na Bahia. A família da empresária nunca aprovou o relacionamento com Pitanga por causa dos vários processos dele. São aproximadamente 100 000 reais em cobranças de dívidas, uma prisão em flagrante por uso de tóxicos em 1998, além de um processo por agressão pela Lei Maria da Penha contra uma ex-sócia, Juliana Tanure Lopes, em 2010.

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Agora, o inquérito será remetido ao Ministério Público, que poderá determinar ou não o início da ação criminal. O advogado Daniel Burg, que representa a família, afirmou que os filhos da vítima estão consternados. “Não está excluída a possibilidade de que ele venha a ser denunciado por outro crime, sobretudo em virtude da demonstração de que o investigado, ao não seguir as orientações médicas, assumiu o risco de produzir esse resultado”, diz Burg.

VEJA SÃO PAULO procurou o advogado de Pitanga, Emilio Trinxet Brandão Junior. Ele não quis dar declarações.

Com uma vida discreta e com poucos amigos aqui na capital, Liliane era uma espécie de celebridade em Vitória. Ela era acionista e filha do fundador do Grupo Águia Branca, com sede na capital do Espírito Santo. Trata-se de um dos maiores conglomerados de transporte de país, com 13 000 funcionários e faturamento anual de 5 bilhões de reais.

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