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Estádio do Corinthians em Itaquera vai receber jogos da Copa

Depois de muito diz que diz, prefeitura, governo do estado e CBF decidem levar Mundial para o local que já ganhou apelido: Fielzão

Por João Carlos Lopes
Atualizado em 5 dez 2016, 18h37 - Publicado em 4 set 2010, 00h24

Desde que a Fifa anunciou seu cartão vermelho para o Estádio do Morumbi, em meados de junho, São Paulo vivia a incerteza sobre se teria ou não um palco para receber jogos da Copa de 2014. Uma situação impensável em se tratando da maior e mais rica cidade brasileira. Chegou-se a cogitar a realização dos jogos no Palestra Itália, no Pacaembu ou em uma arena a ser construída em Pirituba. No último dia 28, no entanto, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), a prefeitura e o governo do estado tiraram da cartola uma nova ideia: levar o Mundial para um estádio que o Corinthians pretende erguer em Itaquera, na Zona Leste, logo apelidado de Fielzão. Isso mesmo sem ver projeto nenhum, já que as primeiras imagens só foram apresentadas dias depois. “Nós temos credibilidade. Vocês podem não acreditar, mas nós temos”, chegou a afirmar o presidente do Timão, Andrés Sanchez.

O tão sonhado estádio do Corinthians, que comemorou seu centenário na quarta (1º), vai custar entre 300 e 350 milhões de reais, e sua inauguração está prevista para o segundo semestre de 2013. As obras serão custeadas pela construtora Odebrecht — que poderá usar uma linha de crédito do BNDES — e o clube terá dez anos para lhe devolver o dinheiro. Uma das formas de financiar a dívida será a venda do nome da arena para uma empresa. “A parceria com o Corinthians começou há dez anos, para uma proposta de reforma do Pacaembu”, explica o engenheiro Carlos Armando Paschoal, diretor-superintendente da Odebrecht em São Paulo. “Há um ano começamos a buscar terrenos para um novo estádio e encontramos aqui em Itaquera o lugar ideal.”

O Fielzão foi projetado, a princípio, para 48 000 espectadores. Para sediar a abertura da Copa, precisaria ter, ao menos, 65 000 lugares. Existe a possibilidade de ampliação, mas os custos aumentariam em mais de 150 milhões de reais. “A adaptação do estádio depende de soluções simples, mas não há nada acertado com a Odebrecht”, diz o diretor de marketing corintiano, Luis Paulo Rosenberg. “Também não sabemos como será o financiamento, porque do bolso do clube não vai sair nem um centavo.” Segundo Rosenberg, qualquer aporte de recursos terá de ser negociado com a prefeitura, o governo do estado e o comitê organizador da Copa.

 

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A área em que o estádio será erguido fica ao lado da Estação Corinthians- Itaquera do metrô, terminal da Linha 3 — Vermelha, a 36 quilômetros do centro da cidade. Além do metrô, há na região um shopping e uma unidade do Poupatempo. Estão em construção uma faculdade de tecnologia, a nova sede do fórum regional e um terminal rodoviário. Os moradores e comerciantes do entorno mostram-se bastante animados. “Sempre sonhamos que o estádio do Corinthians seria construído aqui”, afirma Francivaldo Carlos da Silva, presidente da Associação Comunitária Kauê, que vive em Itaquera desde a infância. “A gente já começa a imaginar que o próximo craque da seleção brasileira sairá do bairro.”

Há quem tenha planos bem mais palpáveis. “Dependendo do movimento, acho que pode até aparecer uma proposta para eu vender o ponto e me aposentar”, diz Acácio de Araújo Sousa, dono de uma lanchonete aberta há onze anos na vizinhança. O arquiteto Aníbal Coutinho, autor do projeto do estádio, também acredita em um impacto positivo. “Qualquer outra região da cidade com características semelhantes gostaria de receber um equipamento urbano desse nível.”

Um possível entrave nos planos está embaixo da terra. São dutos de óleo da Petrobras que passam exatamente sob o terreno da obra. “Os dutos não interferem no início da construção e a remoção não será necessária”, diz o engenheiro Carlos Armando Paschoal, da Odebrecht. “Talvez precisemos fazer um aprofundamento ou mesmo um desvio, mas dependemos da solução técnica que a Petrobras vai oferecer.” Para que o estádio esteja pronto a tempo para a Copa, esses obstáculos têm de ser transpostos o mais rápido possível.

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