Daniel Arsham
Resenha por Laura Ming
Peças que parecem ter saído de um sítio arqueológico do futuro, quando televisões, telefones e laptops já estariam fossilizados, fazem parte da exposição do americano Daniel Arsham na Baró Galeria. Para criar o efeito de desgaste, ele usou materiais inusitados como cinza vulcânica, rocha glacial tirada de montanhas de gelo e pedacinhos de vidro, comprados pela internet. “O eBay virou minha biblioteca contemporânea. Tudo o que já foi inventado está lá, é um lugar ótimo para fazer pesquisa”, conta. Arsham escolheu os modelos que inspiraram cada objeto esculpido no site de compras. Um carro destruído durante as manifestações de junho do ano passado (2013) na cidade ocupa o centro da sala expositiva. Seis toneladas de estilhaços de vidro transbordam de dentro dele. “Este objeto está no processo de se tornar arqueológico, apesar de atual”, explica. A mostra conta ainda com telas, uma escultura do próprio artista feita de cristais (que lhe exigiu ficar imóvel por sete horas dentro do molde), além de algumas obras feitas de gesso — no mesmo estilo das que ocuparam as vitrines da flagship da Dior, em Nova York, em 2011, e revelaram sua incrível capacidade de criar leveza e movimento com esse material. Os preços variam de 10.000 a 40.000 dólares. De 15/2/2014 a 29/3/2014.