SP receberá exoesqueletos de locomoção para criar modelo barato para o SUS
Três robôs importados devem chegar à Rede Lucy Montoro até o final de setembro
Até o final de setembro, São Paulo irá receber três exoesqueletos usados para a locomoção de pessoas que perderam os movimentos: um modelo francês, um chinês e um sulcoreano, que custam entre 60 000 e 200 000 dólares. A rede de reabilitação Lucy Montoro, instituição pública especializada nesses tratamentos, vai importá-los para usá-los nas clínicas e, principalmente, fazer pesquisas. O projeto é criar um robô nacional mais barato nos próximos dois anos, incluí-lo nas sessões do SUS (que não conta com nenhum equipamento do tipo) e permitir que, em breve, os pacientes tenham a tecnologia em casa.
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“Iremos avaliar questões como a durabilidade e a segurança. Vamos aprender tudo sobre os robôs. Tenho certeza de que conseguiremos criar um modelo que custe entre 50 000 e 80 000 reais”, afirma Linamara Battistella, idealizadora da Rede Lucy Montoro, professora titular da USP e diretora de um centro da OMS especializado em reabilitação. “Nosso primeiro objetivo é disponibilizar unidades no SUS em até três anos. Mas o exoesqueleto tem de ser como a esteira ergométrica, que todo paciente de doenças cardíacas pode ter em casa. Acho realista prever que, em cinco anos, quem quiser poderá ter um equipamento doméstico”, ela diz.
Não significa que será comum ver pessoas na rua com os exoesqueletos — afinal, não há ciência que dê jeito nos buracos das calçadas paulistanas. Mas, ainda que permitam apenas a locomoção em casa ou dentro de um condomínio, os robôs seriam importantes na recuperação desses pacientes. “A ausência da caminhada traz resultados devastadores — e sentimos isso na pandemia. O SUS é capaz de prover essa solução, se houver um modelo mais barato”, conclui Linamara.