Pesquisadores estimam colapso na saúde de São Paulo até 19 de abril
A previsão de colapso acontece caso as medidas de prevenção ao novo coronavírus não sejam radicalizadas, com o isolamento social. Saiba mais
Um estudo realizado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em parceria com a Universidade de Harvard e o Ministério da Saúde indica que a capital e a região metropolitana de São Paulo podem ficar sem leitos hospitalares de baixa e alta complexidade até o dia 19 de abril caso não sejam radicalizadas as medidas de prevenção ao novo coronavírus, com o isolamento social. As informações são do G1.
A avaliação foi feita para as capitais e regiões metropolitanas que apresentam o maior número de casos no Brasil. A previsão é de que a Grande São Paulo esgote os leitos hospitalares entre os dias 12 e 19 de abril, dependendo das medidas implementadas. A projeção é a mesma para leitos da Unidade de Terapia Intensiva (UTIs), que também podem se esgotar até o dia 19 deste mês. Os pesquisadores também analisaram o uso de ventiladores mecânicos: todos podem estar em uso entre os dias 18 e 29 de abril.
“Há uma pequena janela de oportunidade para se preparar. A resposta deve ser imediata e exigirá um esforço conjunto da sociedade”, afirmaram os especialistas. No estudo, os pesquisadores simularam 12 cenários, que consideram:
- A população adoecendo mais e menos de outras doenças nas próximas semanas, de modo que libere ou ocupe mais leitos hospitalares e ventiladores mecânicos;
- A possibilidade de uso de hospitais privados para serviços públicos, aderidos ao SUS;
- A demanda variável por leito de alta complexidade, para UTIs;
- Cenários já observados na China e na Itália no que se refere a internação em UTI.
O que o estudo mostra é que mesmo no melhor cenário, poucas medidas paliativas implementadas podem, no máximo, atrasar em uma semana o esgotamento generalizado de leitos e respiradores. A pesquisa aponta que a prevenção é o único caminho para reduzir danos e assinala a urgência de aumentar o isolamento social. O estudo diz ainda que o “cumprimento da medida está longe de ser ideal”.
Os resultados apostam ainda na construção de mais hospitais de campanha, como o já em funcionamento no Estádio do Pacaembu, e no aumento de testes na população, o que “permitiria ao governo rastrear e testar de maneira abrangente todos os contatos de casos positivos”.