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Secretário fala em ‘operação de guerra’ e convoca voluntários da saúde

Jean Gorinchteyn afirmou ainda que “vai ter paciente no corredor”, mas que eles não estarão desassistidos; Doria anunciou hospital de campanha

Por Redação VEJA São Paulo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 27 Maio 2024, 20h36 - Publicado em 5 mar 2021, 18h49
Imagem mostra UTI do Hospital das Clínicas, onde um paciente está deitado na maca e um grupo de profissionais da saúde trocam informações
Afastamentos de servidores da Saúde: quase 300 dispensas em um dia (Alexandre Battibugli/Veja SP)
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O secretário da Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, anunciou nesta sexta-feira (5), em coletiva no Palácio do Planalto, uma “operação de guerra” para acolher pacientes com Covid-19 no estado. A convocação de profissionais de saúde voluntários é elemento fundamental da operação. O governador João Doria anunciou ainda a criação de um novo hospital de campanha, que deve ser detalhada na próxima segunda-feira (8).

Para a empreitada proposta, o secretário pediu ajuda a conselhos regionais de profissionais de saúde para que voluntários possam auxiliar no atendimento da linha de frente e admitiu que pacientes sejam atendidos nos corredores de hospitais, desde que não fiquem desassistidos.

“Nós vamos continuar abrindo leitos dentro dos hospitais. Abriremos em qualquer lugar desses hospitais: seja nos anfiteatros, seja nos ambulatórios, seja nos corredores. Ah, paciente no corredor? Vai ter paciente no corredor, o que nós não queremos é paciente desassistido”, disse Gorinchteyn.

“Nós precisamos agora do apoio dos conselhos regionais de classe: do Conselho Regional de Medicina, do Conselho Regional de Fisioterapia, do Conselho Regional de Enfermagem, para que nos ajudem com voluntários. Nós precisamos de ajuda. Porque estamos em guerra”, afirmou.

Durante a coletiva, Gorinchteyn também apresentou os indicadores de saúde do estado e reforçou a gravidade da situação. Nesta semana, o estado bateu recorde de ocupação de UTIs, de mortes por coronavírus em 24h e de pacientes internados com Covid-19. Em tentativa de conter o avanço do coronavírus e para evitar o colapso do sistema de saúde paulista, o governador Doria já havia anunciado nesta quarta (3) a passagem para a fase vermelha do Plano São Paulo para todo o estado.

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O estado de São Paulo já acumula 61.064 mortes por Covid-19 desde o início da pandemia, com mais de 2 milhões de casos confirmados de infecção pelo novo coronavírus. A média móvel de mortes, que leva em consideração os registros dos últimos 7 dias e minimiza as diferenças das notificações, é de 276 óbitos por dia nesta sexta – 25% maior que o registrado há 14 dias, o que indica tendência de alta.  A média móvel de casos diários está em 9.686 nesta sexta (5).

Na manhã desta sexta, a secretária estadual de Desenvolvimento Econômico, Patrícia Ellen, disse à TV Globo que não há como São Paulo não regredir para a fase vermelha no momento mais crítico da pandemia. O contexto era a greve de caminhoneiros contra as medidas mais restritivas anunciadas pelo governador, que entrarão em vigor às 0h de sábado (6). 

A secretária também mencionou que o estado está ‘em guerra’: “Não é uma discussão de flexibilização neste momento. Estamos em uma operação de guerra, uma guerra pela vida. A discussão é: só podemos operar com o mínimo necessário para manter as cidades funcionando”.

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Novo hospital de campanha

O governador Doria, também anunciou durante a coletiva a abertura de um novo hospital de campanha para atender pacientes com Covid-19. No entanto, ele ainda não detalhou como será a nova estrutura.

“Na próxima segunda-feira, nós vamos anunciar um novo hospital de campanha. Hoje pela manhã eu pedi que fosse liberado recurso para implantação, o mais rápido possível, de um hospital de campanha aqui na capital. Não dependerá da prefeitura, mas sei que ela está preocupada”, disse o governador.

Sobre a declaração polêmica de Gorinchteyn de pacientes nos corredores dos hospitais, Doria disse: “entendo a preocupação de um infectologista como o Dr. Jean, mas nós não queremos atender pacientes em corredores, queremos atender pacientes em quartos, de forma digna, e é o que vamos fazer aqui no estado de São Paulo”.

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