“Além da Liberdade” enfoca a luta de vencedora do Nobel da Paz
Cinebiografia da birmanesa Aung San Suu Kyi é dirigido por Luc Besson
Seja como produtor ou diretor, o francês Luc Besson quase sempre tem seu nome ligado a fitas de ação, a exemplo de “Nikita” (1990), “O Profissional” (1994) e “As Múmias do Faraó” (2010). Até mesmo quando se atira em enredos históricos (“Joana d’Arc”, de 1999), prevalece a truculência. Por isso, é de estranhar que sua mais recente empreitada seja a surpreendente cinebiografia de Aung San Suu Kyi. No drama “Além da Liberdade”, Besson enfoca mais de duas décadas dessa birmanesa vencedora do Prêmio Nobel da Paz em 1991, em luta pela democracia de seu país.
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O roteiro pincela os principais acontecimentos do período. Interpretada pela malaia Michelle Yeoh (de “O Tigre e o Dragão”), Aung era dona de casa em Londres quando, em 1988, precisou voltar à Birmânia (hoje Mianmar) para cuidar da mãe doente. O marido, um professor universitário inglês (David Thewlis), e os dois filhos adolescentes ficaram na Inglaterra. Governada com mão de ferro por militares, a Birmânia passava por turbulências, revolta e repressão de civis. Por ser filha do herói da independência da nação, Aung foi escolhida pela oposição como porta-voz da democracia. A partir daí, um turbilhão de desgostos e emoções instalou-se em sua vida, culminando numa prisão domiciliar de 21 anos.
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Desde seus primeiros filmes, Besson demonstrou uma queda pelo cinema americano. Não à toa, boa parte da nova produção é falada em inglês e traz uma fórmula para agradar à plateia: mescla fatos reais e ficção, delineia sem muitas sutilezas vilões e mocinhos e direciona o desfecho às lágrimas. Mesmo imperfeito, o longa-metragem convence, comove e, sobretudo, entrega informações a que poucos tiveram acesso. Rodado na Tailândia e com filmagens secretas em Mianmar, “Além da Liberdade” termina sem mostrar uma das maiores conquistas de Aung San Suu Kyi, hoje com 67 anos, ocorrida no mês passado: ela pôde finalmente voltar à Inglaterra, após 24 anos.
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