A euforia na inauguração do JK Iguatemi
Com lojas cheias e espera na porta dos restaurantes, centro de compras comemora um começo promissor
Se o fim de semana de estreia é um bom termômetro para medir o sucesso de um empreendimento, o JK Iguatemi tem um belo futuro. Cerca de 70.000 pessoas passaram pelos seus 116.000 metros quadrados entre sexta (22) e domingo (24). E não havia apenas curiosos para ver (e fotografar) o interior do shopping, cuja abertura atrasou dois meses devido ao embargo de sua inauguração na Justiça. O movimento superou as expectativas. Só a Zara Home vendeu 2.000 itens nas primeiras cinco horas de funcionamento, tornando-se o estabelecimento mais rentável da rede em todo o mundo. As saias com estampa de zebra e os coletes com pele de coelho se esgotaram nas araras da Daslu. Em menos de 48 horas, a sorveteria Bacio di Latte negociou 1 tonelada de sorvete.
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Nada, no entanto, se comparou à euforia causada pela grife inglesa Topshop. Marcada a inauguração para as 14 horas de sábado (23), os compradores começaram a chegar à porta do shopping às 7 da manhã. Era o caso da estudante de moda Mariana Nakahara, de 23 anos. “Vim direto da balada”, informou. “Não preguei o olho porque sou apaixonada pela marca.” Depois de ficar plantada em pé por sete horas, Mariana conseguiu entrar — acompanhada por mais 200 clientes. Os primeiros vinte ganharam um cartão-presente que dava direito a 200 reais em descontos. No fim dos dois primeiros dias de funcionamento, a Topshop havia vendido 4.500 peças.
Alguns lojistas, porém, ainda traumatizados com os problemas provocados pelo atraso na inauguração, fizeram um balanço mais prudente. “Vou levar quatro meses para sanar os prejuízos”, calcula Sylvio Lazzarini, dono da churrascaria Varanda. Como forma de amenizar parte das perdas dos comerciantes, o JK só vai cobrar o aluguel a partir de setembro. “O jogo começou apenas agora”, diz Carlos Jereissati Filho, sócio do empreendimento ao lado do empresário Walter Torre, da construtora WTorre.
No geral, a impressão dos frequentadores foi positiva. “São Paulo ganhou um novo cartão-postal”, afirmava a socialite Ana Maria Velloso, entre uma taça e outra de champanhe Laurent-Perrier, dentro da butique Lanvin. Outros clientes, no entanto, ficaram frustrados porque parte das principais grifes ainda não abriu as portas. Entre elas estão a Sephora e a Prada, que devem iniciar suas operações em julho ou agosto. Houve problemas, é claro, como a demora para estacionar o carro (os painéis não indicavam corretamente o número de vagas por andar) e o fato de as etiquetas de certas lojas marcarem os preços em dólar, euro ou libra esterlina (segundo as vendedoras, não houve tempo para providenciar as mesmas informações em reais). Devido a isso, o Procon multou na quarta passada a Zara Home. Já a Daslu, a Bobstore, a Thelure e a Izabel Esteves foram autuadas porque suas peças não traziam os preços. São pequenos ajustes que, uma vez sanados, vão deixar a nova praia dos paulistanos ainda mais atrativa — e badalada.
BOA LARGADA
Alguns dos números relacionados aos primeiros dias de operação
70.000: total de pessoas que passaram por lá no primeiro fim de semana. Havia filas de trinta minutos para jantar em alguns restaurantes
30 minutos: tempo de espera para estacionar o carro no último domingo (24). Os painéis que indicavam o número de vagas por andar não eram precisos
1 tonelada: quantidade de sorvete da marca Bacio di Latte vendida em um fim de semana
25 euros preço encontrado em etiquetas da Zara Home. Segundo os funcionários, devido à correria para abrir as portas, não houve tempo de providenciar os valores em reais