Jatene: um sobrenome a serviço da medicina
Três dos quatro filhos de Adib seguiram a profissão do pai
Quando criança, Iara Jatene andava no carro do pai torcendo para não encontrar algum acidente de trânsito pela frente. “Ele sempre corria para socorrer a pessoa e eu morro de medo de ver alguém passando mal”, recorda a arquiteta de 54 anos, formada pela USP, única dos quatro filhos de Adib a não seguir a profissão do pai. Com sobrenome de peso, todos construíram uma carreira de brilho próprio. Fabio, 57, comanda o Instituto do Coração (Incor) do Hospital das Clínicas e foi eleito (empatado com Sergio Almeida de Oliveira) o melhor cirurgião cardíaco da cidade em edição de VEJA SÃO PAULO de 2007, na qual votaram 110 médicos.
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Graduou-se pela Faculdade de Medicina da Fundação Universitária do ABC, instituição particular de Santo André, assim como a irmã Ieda, 56, hoje cardiologista pediátrica. Marcelo, o caçula, com 50 anos, também cuida de corações infantis, mas na cirurgia. “Nunca houve pressão para seguirmos na área, mas meu pai não esconde o orgulho dessa escolha”, reconhece ele, que fez o curso na Unifesp. Como Adib, nenhum deles procurou continuar os estudos no exterior. “Não achamos necessário, pois temos ótimas escolas por aqui”, diz Marcelo.
Três dos dez netos do patriarca são estudantes de medicina, em diferentes faculdades da cidade (na federal Unifesp e nas particulares Unip e Uninove). São todos incentivados pela avó, a nutricionista Aurice, de 83 anos, que, reservada, preferiu não dar entrevista. “Ela sempre apoiou muito meu pai, mas fica uma fera quando ele fura as gravatas ao ir ao torno do Dante Pazzanese lapidar pessoalmente peças para seus experimentos”, conta Ieda.