Masp recebe 250 obras de Sigmar Polke
Mostra “Realismo Capitalista e Outras Histórias Ilustradas” reúne produção gráfica do artista alemão
Dos vários nomes talentosos surgidos na Alemanha desde o fim da II Guerra Mundial, caso de Gerhard Richter, Anselm Kiefer e Georg Baselitz, o mais ácido e sarcástico é Sigmar Polke (1941-2010). Revelado na década de 60, ele agora ganha uma ampla mostra no Masp. “Realismo Capitalista e Outras Histórias Ilustradas” amealha 250 obras gráficas, entre gravuras e colagens com fotos. O título da exposição alude ao provocativo movimento iniciado em 1963 pelo artista em parceria com Richter e Konrad Fischer — a intenção do trio, então baseado em Düsseldorf, era satirizar tanto o realismo socialista, em voga na vizinha Alemanha Oriental e escravo da estética soviética, quanto a pop art americana, voltada ao mercado. “Seria impossível para alguém como ele não se envolver com a herança moral da guerra”, diz o curador do museu, Teixeira Coelho.
+ 9ª Bienal de Arquitetura invade espaços públicos de São Paulo
+ Daniel Senise e Paulo Monteiro exibem novos trabalhos na cidade
Ricos em cores, seus trabalhos fazem uso de imagens preexistentes e de elementos extraídos da cultura popular, a exemplo de televisão, publicidade e futebol. Em comparação a Andy Warhol, que também recorria à apropriação naquele período, Polke se destaca por nunca perder o espírito crítico nem cair na superficialidade ridicularizada nas peças. Nesse sentido, assemelha-se mais a um conterrâneo de Warhol, Robert Rauschenberg. A série “Day by Day” chama a atenção do público brasileiro. Distribuído na Bienal de São Paulo de 1975, na qual o alemão exibiu pinturas e chegou a ser premiado, o conjunto ataca o regime militar. Macacos, índios e mulheres nuas aparecem retratados ali, para explorar com ironia os clichês nacionais “para exportação”.
AVALIAÇÃO ✪✪✪