Bruna Lombardi acerta em “Onde Está a Felicidade?”

Carlos Alberto Riccelli dirige uma divertida comédia ambientada entre Brasil e Espanha

Por Miguel Barbieri Jr.
Atualizado em 14 Maio 2024, 12h05 - Publicado em 13 ago 2011, 00h50

Depois de explorar amargos personagens no drama baixo-astral “O Signo da Cidade”, o casal Carlos Alberto Riccelli-Bruna Lombardi decidiu dar uma trégua às tensões. Com tom divertido, a comédia “Onde Está a Felicidade?” é a terceira parceria da dupla — o primeiro longa-metragem, “Stress, Orgasms and Salvation” (2005), continua inédito no Brasil. Riccelli dirige, Bruna escreve o roteiro e estrela as produções. Mais livres, leves e soltos, eles conseguem aqui driblar a baixaria reinante hoje no humor nacional com um texto afiado, adulto e, muitas vezes, hilariante. Não à toa, a fita, que tem sessões de pré-estreia na terça (16) e na quinta (18) e amplia o circuito na sexta (19), levou o merecido prêmio do público no último Festival de Paulínia.

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Na trama, Teo (Bruna), uma chef especializada em receitas afrodisíacas de um programa de TV em São Paulo, descobre que o marido (Bruno Garcia) tem uma amante via internet. Para piorar, sua atração foi cancelada pela emissora. Na rua da amargura, ela aceita o conselho de sua maquiadora, Aura (Maria Pujalte, melhor atriz coadjuvante em Paulínia), de fazer a pé o caminho de Santiago de Compostela, no norte da Espanha. Acompanhada de Zeca (Marcelo Airoldi), ex-diretor de seu programa, e de Milena (Marta Larralde), sobrinha espanhola de Aura, Teo embarca numa aventura recheada de contratempos e surpresas.

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Bonitona e enxuta aos 59 anos completados no último dia 1º, Bruna mostra estar à vontade tanto à frente das câmeras quanto para criar diálogos espertos. As confusões provocadas pelo portunhol dos personagens brasileiros são o ponto alto da graça. E, aí, Marcelo Airoldi rouba as atenções — a cena do impasse no banheiro recebeu aplausos efusivos na exibição em Paulínia. Outro grande acerto do enredo: fugir do manual de autoajuda, fórmula típica de produções americanas cuja protagonista é uma mulher descasada. Com dez minutos a menos de duração, “Onde Está a Felicidade?” ficaria no ponto ideal. O excesso, porém, não atrapalha o resultado. Em troca, há ritmo ágil, belas locações na Galícia, trilha sonora de colar no ouvido, cores de Almodóvar na fotografia e direção de arte e irreverência numa narrativa desbragadamente romântica. Vale um olé!

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