Mulheres chegam de outros estados e países vizinhos por oportunidade
Na capital paulista, há domésticas do Peru, da Bolívia e do Paraguai em busca de um emprego
As notícias sobre a demanda crescente por domésticas na capital se espalham e favorecem a vinda de mulheres de outros estados e de países vizinhos em busca de uma oportunidade. Miriã de Souza saiu da cidade mineira de Pedras de Maria da Cruz há um ano aconselhada pela prima Cleonice, que já trabalhava para uma família paulistana.
Atualmente ela recebe 1.100 reais por mês. Enquanto as profissionais dispostas a dormir num quartinho no domicílio dos patrões têm sumido do mapa, Miriã armou moradia na residência de um casal, no Butantã. “Tenho muitas amigas que vieram de Minas para ganhar dinheiro”, diz.
Outras empregadas têm chegado do Peru, da Bolívia e do Paraguai. É o caso da peruana Claribel Alava, de 25 anos, que trabalhava numa creche na cidade de Yurimaguas e há cinco meses vive com seu tio por aqui. “Se Deus quiser vou juntar dinheiro e voltar para meu país, mas até agora não consegui”, conta ela, com dificuldades de se expressar em português.
Grande parte das imigrantes está em situação ilegal. “No começo eu ganhava 600 reais para dormir e não tinha folgas”, lembra a também peruana Jessica Chávez, há seis anos no Brasil. “Depois que consegui os documentos, aprendi a valorizar meu trabalho, mas ainda conheço muita gente que vive em condições precárias.”