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Após seis meses parado, Rivaldo estreia no São Paulo com golaço

Ex-jogador de Corinthians e Palmeiras, meio-campista pode se gabar de ter jogado no trio de ferro paulistano

Por Julia Couto
Atualizado em 29 dez 2016, 13h58 - Publicado em 11 fev 2011, 23h47

Aos quatro minutos de jogo, Rogério Ceni cobrou um pênalti e abriu o placar para o São Paulo no 2 a 0 sobre o Mogi Mirim, pela primeira rodada do Paulistão, no dia 16 de janeiro. Seu grande lance naquela tarde de domingo no interior, no entanto, foi marcado longe dos olhares da torcida, uma hora e meia depois, quando recebeu no vestiário a visita do então presidente do clube anfitrião. Ceni e Rivaldo não se falavam havia nove anos, desde o pentacampeonato mundial com a seleção brasileira. O goleiro-artilheiro presenteou o ex-jogador de Corinthians e Palmeiras com uma camisa tricolor e bateu em sua barriga, impressionado com a boa forma física: “Está fininho, hein?”. Em seguida, já fez o convite para que o craque fosse atuar no Morumbi. “Na hora eu ri, achei brincadeira, mas ele garantiu que era sério”, conta Rivaldo. No dia seguinte, o meia-atacante recebeu um telefonema do presidente Juvenal Juvêncio e, seis dias depois, acertava a transferência, completando sua passagem pelo chamado trio de ferro paulistano.

+ Enquete: como será a passagem de Rivaldo pelo São Paulo?

Em novembro, ele havia anunciado que defenderia o Mogi em campo. Só não concretizou a promessa na estreia do estadual por não ter sido liberado pela Fifa — deixou o Bunyodkor, do Uzbequistão, em agosto, por falta de pagamento. O aval veio três dias depois de chegar à nova casa. “Se o São Paulo e o Mogi não tivessem se enfrentado na abertura do campeonato, nada disso teria acontecido”, afirma. Aos 38 anos, cercado de expectativa e desconfiança, Rivaldo teve uma estreia promissora no dia 3, ao marcar um belo gol na vitória de virada sobre o Linense, por 3 a 2, com direito a chapéu no zagueiro. “Tenho de levar em consideração que ele não atuava desde agosto, mas estou bem satisfeito e sua qualidade vai aparecer cada vez mais”, elogiou o técnico Paulo César Carpegiani.

O ano de 2011 pode ser o fecho de uma carreira iniciada há duas décadas, no Santa Cruz, do Recife. Uma trajetória cheia de glórias, que inclui, além do título da Copa de 2002, a medalha de bronze na Olimpíada de Atlanta, em 1996, o prêmio de melhor jogador do mundo em 1999 e a conquista do Brasileirão de 1994, pelo Palmeiras. Sua volta ao futebol brasileiro foi comemorada. “Adoro esse movimento dos grandes ídolos que agora estão retornando ao Brasil”, afirma o apresentador João Palomino, do canal por assinatura ESPN/Brasil, lembrando que o São Paulo vai desembolsar bem menos do que Corinthians e Flamengo estão gastando com os também pentacampeões Ronaldo e Ronaldinho. Especula-se que o salário de Rivaldo gire em torno de 120.000 reais, contra cifras que beiram 1,5 milhão de reais dos outros dois. “Ele foi um jogador subvalorizado durante a carreira. É bacana que tenha a chance de encerrá-la em um grande clube”, diz o diretor de redação da revista PLACAR, Sérgio Xavier Filho.

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A vida de Rivaldo na capital se resume ao centro de treinamento da Barra Funda. Assim que termina o treino, segue direto para casa, em Alphaville. “Tem dia que demoro mais de uma hora para voltar, então evito ir a programas de TV, pois fica muito tarde”, comenta. Lá, mora com a mulher, Eliza, e três filhos. Ao contrário de outros ídolos de envergadura semelhante, não costuma badalar em casas noturnas ou restaurantes. Prefere ficar recolhido, desfrutando seu prato predileto: arroz, feijão e bife. Seus dois filhos mais velhos, do primeiro casamento, moram em Mogi. “É triste ficar longe, mas, sempre que possível, eles vão aos meus jogos”, diz. Os 150 quilômetros de distância são tirados de letra por quem teve o pai em outro continente durante boa parte vida. “Desde que eu era pequeno ele joga fora do país, então é muito bom estar mais perto”, comemora Juninho, de 15 anos, atleta das categorias de base do Mogi Mirim. Rivaldo é dono do clube, que comprou em 2008 — e até rebatizou o Estádio João Paulo II com o nome do pai, Romildo Vitor Ferreira. No começo do mês, para evitar choque de interesses, deixou a presidência para seu advogado, Wilson Bonetti. “Eu me afastei para não dar confusão, mas foi só no papel, continuo bancando”, admite.

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