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Investigador da Polícia Civil Elcio Mello Junior se destaca na Swat

Competição anual promovida pela elite da polícia americana reúne desde agentes do FBI até profissionais de segurança da Nasa

Por Leonam Bernardo
Atualizado em 5 dez 2016, 18h21 - Publicado em 7 jan 2011, 16h18

Em 2006, o policial civil Elcio Mello Junior integrou a força-tarefa que reprimiu os ataques promovidos por uma facção criminosa na capital paulista. Atualmente, faz parte do grupo que investiga o assassinato da advogada Mércia Nakashima. Mas engana-se quem pensa que esses são os momentos de maior brilho em seus dez anos de carreira: ele é o primeiro brasileiro a se destacar no Swat Round-Up International, competição anual promovida pela elite da polícia americana. O evento reúne desde agentes do FBI até profissionais de segurança da Nasa. A 28ª edição ocorreu em novembro, em Orlando, na Flórida, quando mais de 550 homens de nove países — EUA, Brasil, Alemanha, Hungria, Jamaica, Bósnia, Canadá, Bahamas e Kuwait — enfrentaram, em equipe ou individualmente, variados testes para provar sua aptidão no combate ao crime.

Na sua primeira participação, em 2008, Mello viajara apenas com a intenção de conhecer as competições e os adversários. Acabou voltando dos Estados Unidos com a décima posição geral no Swat Super Cop — a principal prova do torneio, um circuito de 9 quilômetros com diversos obstáculos, trechos de mergulho e de prática de tiro, com o tempo cronometrado. Em 2009, mais bem preparado, faturou a primeira colocação na classificação geral. “Eu já sabia mais ou menos como era a prova e foquei meu treinamento em cima disso”, conta. No ano passado, teve outro ótimo resultado — ficou em terceiro lugar no Swat Super Cop e ainda estabeleceu o recorde mundial na categoria Upper Body Strength, que mede a força dos membros superiores do corpo.

Formado em administração de empresas e direito, Mello, de 32 anos, entrou na polícia por influência de um tio. Antes, aventurou-se como guitarrista de uma banda pop ao lado do irmão, Eduardo, e mais dois amigos. Fãs dos Menudos, os quatro chegaram a se apresentar em barzinhos do Guarujá. Está solteiro desde maio, quando recebeu um ultimato da mulher: teria de escolher entre a polícia e o casamento. Escolheu.

Mello segue uma regrada rotina de exercícios para dar conta das tarefas que enfrenta como investigador do Serviço de Operações Especiais do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (SOE-DHPP). Com 1,80 metro e 80 quilos, ele reserva uma hora por dia para treinos, que vão de corrida e musculação a prática de tiro e artes marciais. O condicionamento físico impecável faz com que acumule fãs entre os próprios colegas. “Mello colocou o nome dele e o da Polícia Civil de São Paulo em um lugar nunca antes alcançado, e seu desempenho serve de motivação para toda a corporação”, afirma o chefe do SOE-DHPP, Cássio Cardosi, que atuou como uma espécie de treinador dos cinco integrantes que o Brasil enviou aos EUA em novembro. O resto do grupo, no entanto, não acompanhou os resultados de Mello. A esperança de uma boa colocação no último evento desmoronou quando um dos membros do time fraturou uma costela logo no primeiro dia de prova. Resultado: a equipe nacional acabou na quinquagésima e penúltima posição.

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