Mais arte em São Paulo
Várias exposições paralelas agitam a cidade durante a Bienal, em um plano de ação coordenado para integrar museus e centros culturais
Pouco depois de assumir a presidência da Fundação Bienal, Heitor Martins tomou uma das medidas mais importantes de seu mandato. Reuniu-se com os diretores dos principais museus e centros culturais da cidade para apresentar o projeto da 29ª Bienal e propor uma ação coordenada durante o período em que a exposição ficará em cartaz. Nasceu assim o São Paulo: Polo de Arte Contemporânea, grupo formado por trinta instituições. Várias delas deixaram para inaugurar suas melhores mostras do ano em setembro. A movimentação conjunta é inédita. “É uma ideia antiga, porém nunca havia sido colocada em prática, algo inadmissível em um centro de produção artística do nível de São Paulo”, diz Marcelo Araújo, diretor da Pinacoteca.
O museu da Luz, por exemplo, abre neste sábado (11) uma retrospectiva do paraibano Antonio Dias, um dos artistas brasileiros mais celebrados no exterior, com obras realizadas na década de 60. Na Estação Pinacoteca, pode ser vista uma amostragem da carreira da paulistana Carmela Gross. O carioca Ernesto Neto, por sua vez, ocupa a Grande Sala do MAM no domingo (19) com a megainstalação Dengo. A partir do mesmo dia, o Masp, em ano inspirado (já tivemos Marc Chagall e Max Ernst), hospeda Se Não Neste Tempo — Pintura Alemã Contemporânea: 1989-2010, com elenco requintado — Gerhard Richter e Tim Eitel estão incluídos. Segundo Marcelo Araújo, a ideia é manter o Polo articulado mesmo quando não houver Bienal. Também há outras boas iniciativas fora do grande evento. Caso da coletiva Paralela, lançada por galerias.
Para a quinta edição, foram reunidos 82 nomes — eles serão exibidos no Liceu de Artes e Ofícios, no Bom Retiro, a partir do dia 23. Figuras renomadas, como Adriana Varejão e Paulo Climachauska, dividem espaço na seleção com as revelações Rodrigo Bivar e Regina Parra. “Conversei com o Agnaldo Farias e o Moacir dos Anjos para não correr o risco de convidar alguém que já estivesse na Bienal”, afirma o curador Paulo Reis. “Dessa forma, o público terá um painel ainda mais amplo da produção contemporânea do país.”