“Se Mion for homofóbico, eu sou lésbica”, diz transexual Nany People
A artista comenta o processo que uma ONG move contra o apresentador do “Legendários”
O mundo amanheceu caindo nesta terça, segundo a artista transexual Nany People. “Meu telefone não parou”, conta ela, que involuntariamente tornou-se o motivo de um processo por homofobia contra o apresentador Marcos Mion e contra a Rede Record.
Nota publicada hoje pela colunista Mônica Bergamo, na “Folha de S. Paulo”, informa que entidades do movimento gay sentiram-se ofendidas por Mion. Durante participação de Nany no “Legendários”, programa comandado por ele, o apresentador disse que ela “tem surpresinha” e perguntou “o que ela faz com o pacote” na hora do banho.
Nany comenta o caso na entrevista a seguir.
VEJA SÃO PAULO — Qual é sua participação nesse processo?
Nany People — Nenhuma. Não sei que ONG resolveu entrar na Justiça, muito menos a natureza do processo. O mundo amanheceu caindo hoje, com todo mundo querendo saber sobre esse caso do Mion.
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VEJA SÃO PAULO â Você se sentiu ofendida com as coisas que ele falou?
Nany People â Quando saí do “A Fazenda” e vi algumas brincadeiras do Mion no “Legendários”, pensei que talvez ele tivesse sido um pouquinho pesado. Mas depois vi que era humor e que ele fazia graça com todo mundo. Se ele também falava da bunda da Mulher Melancia e chamava a Ana Carolina de Roberta Close, por que iria pisar em ovos comigo? Não me senti nem um pouco ofendida, ultrajada ou segregada.
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VEJA SÃO PAULO — O que acha do processo?
Nany People â Que é um grande mal entendido. Considero Mion um amigo, sei que é pai de família bem resolvido com a sexualidade dele, tanto que na minha época na revista “G” aceitou me receber e dar entrevista sem pestanejar. Já fez peça vestido de mulher e, quando fui ao “Legendários”, ele e a equipe inteira se montaram de Nany.
VEJA SÃO PAULO — Você acha que Mion é homofóbico?
Nany People â Se ele for homofóbico, eu sou lésbica. É muito complicado tachar alguém de homofóbico, porque isso coloca uma tarja preta em cima da pessoa. Em função do politicamente correto, a humanidade está deixando de viver muita coisa. Daqui a pouco vão querer que a gente reze Pai Nosso e Ave-Maria para fazer humor.