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‘Jamais perdoarei’, diz viúva do carteiro que perdeu perna em acidente

Edelvânia dos Santos, mulher do funcionário dos Correios que morreu após perder a perna na batida de sua moto com um carro no sábado (20), fala sobre o caso

Por Nathalia Zaccaro
Atualizado em 5 dez 2016, 16h05 - Publicado em 25 abr 2013, 21h33

Perto das 8h da manhã do último sábado (20), a dona de casa Edelvânia do Santos ouviu o barulho de um helicóptero sobrevoando sua casa, na Brasilândia, na zona norte. Ela não sabia, mas dentro do veículo do Samu, estava o carteiro Gedilson José da Silva, seu marido, que havia sido atropelado a poucos quilômetros dali, na Avenida Deputado Cantídio Sampaio. No choque, a perna de Silva acabou decepada.  O motorista que o atropelou fugiu sem prestar socorro, levando o membro enroscado no parachoque do carro, um Palio Weekend. O carteiro morreu no dia seguinte, no Hospital Municipal Dr. Moysés Deutsch – M’Boi Mirim. A seguir, trechos da entrevista que Edelvânia concedeu a VEJA SÃO PAULO.

+ Motorista diz que não percebeu ter decepado perna de carteiro

Como vê a versão do motorista, de que Gedilson estava na contramão na hora do acidente? Eu conheço meu marido. Ele jamais andaria na contramão. Tenho certeza absoluta disso. Esse homem está mentindo e um dia a consciência dele vai pesar muito por isso. Jamais o perdoarei. Espero que a Justiça seja feita, quero que ele seja preso. Ele não matou apenas um homem. Destruiu uma família, tirou o pai dos meus filhos. Sei que ele nunca vai sofrer como eu estou sofrendo, mas ele precisa pagar.

Como você recebeu a notícia?  Na manhã de sábado, quando acordei, meu marido já tinha saído. Sinto muito por isso. Um pouco depois, ouvi o barulho de um helicóptero sobrevoando a região, mas não desconfiei. Perto das 8h, uma vizinha bateu aqui em casa. Assim que olhei pra ela, percebi que algo tinha acontecido. Ela me pediu calma e me contou que Gedilson tinha sofrido um acidente. Corri para o local e tive que ficar lá até o meio da tarde, ajudando a polícia. Depois fui para o hospital. Eu sabia que ele ia morrer. Aproveitei para me despedir. Quando recebi a notícia do falecimento no domingo, não fiquei surpresa. Eu já sabia, eu já sentia.

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Gedilson andava sempre de moto?  Sim, ele amava ser motoqueiro. Morreu fazendo o que gostava. Ia todos os dias trabalhar de moto e dizia que se um dia fosse obrigado a ficar preso dentro de uma sala, iria acabar sufocado. Eu sempre pedi para ele trocar de emprego, mas ele adorava os Correios, onde trabalhou por mais de 16 anos. Era extrovertido e conversava com todo mundo.

Como era a relação dele com a família?  A coisa mais importante da vida dele eram os filhos, Pedro (7 anos) e Giovana (2 anos). Passávamos todos os fins de semana muito unidos. Ele era também um marido maravilhoso. Começamos a namorar em 1998 e um ano depois já morávamos juntos. É muito difícil aceitar que ele não vai mais voltar. As crianças já sabem que o pai delas virou um anjo e que eles não vão mais se encontrar. Mas não caiu a ficha deles. Nem a minha. Ainda tenho pensamentos de que é tudo um pesadelo.

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