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USP prevê déficit de 868 milhões de reais em 2016

O número é 60% maior do que o previsto inicialmemente

Por Estadão Conteúdo
Atualizado em 27 dez 2016, 16h51 - Publicado em 6 jul 2016, 13h08

A Universidade de São Paulo (USP) prevê agravamento da crise financeira até o final do ano e estima encerrar 2016 com um déficit de 868 milhões de reais, 60% a mais do que o previsto inicialmente. A universidade informou que planeja adotar novas medidas de contenção de gastos e rever as prioridades de despesas, mas não revelou quais.

Segundo a reitoria, a crise se agravou em razão da queda da arrecadação do ICMS no estado – as universidades públicas paulistas recebem 9,57% do total do imposto recolhido. A previsão anterior de déficit era de 543 milhões de reais – a USP contava ainda com reservas de 1,5 bilhão de reais em dezembro de 2015.

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Ao mesmo tempo que a crise aumenta, cresce a proporção de alunos de baixa renda que ingressam na USP e, consequentemente, a demanda por políticas de permanência estudantil. No entanto, o número de vagas na moradia estudantil da instituição não aumenta desde 2011, e o auxílio-moradia segue congelado em 400 reais há três anos.

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Segundo dados do questionário socioeconômico da Fuvest, em 2015, 19,9% dos que ingressaram (2 204 estudantes) na USP tinham renda familiar mensal de até três salários mínimos. Em 2008, os ingressantes com essa faixa de renda eram 12,2% do total de matriculados (1 249). Ao ingressar na USP, o aluno que estiver na primeira graduação e tiver renda familiar de até três salários mínimos pode solicitar moradia.

No entanto, desde 2011, a universidade não aumenta o número de vagas nas moradias estudantis em São Paulo e nos campus do interior. Há cinco anos, a USP oferece as mesmas 2 703 vagas. Questionada, não informou se pretende ampliá-las.

Em nota, a USP informou que priorizou os investimentos na “política de permanência estudantil como um todo” e que aumentou de 1 356, em 2011, para 3 970, em 2015, o número de auxílios-moradia concedidos. O auxílio, de 400 reais, não tem reajuste desde junho de 2013 – com inflação de 26,1% no período, segundo o IPCA, a correção do valor seria de 504 reais.

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Desperdício

Especialistas em ensino superior avaliam que a universidade adotou políticas nos últimos anos que favoreceram a inclusão de alunos de escola pública e, consequentemente, com perfil de renda familiar mais baixo. No entanto, não garantiu que essa inclusão fosse acompanhada de políticas de assistência a esses estudantes.

Para Ocimar Alavarse, professor da Faculdade de Educação da USP, ao investir na assistência aos estudantes a universidade evitaria o desperdício de cursos com taxas altas de evasão e repetência. “Tem de ampliar a inclusão, mas também o suporte aos alunos. Se não, a entrada desses alunos é uma armadilha, você o traz para a USP, mas não dá chance para ele progredir.”

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Renato Pedrosa, especialista em Políticas de Educação Superior, disse que o orçamento “apertado” com a folha de pagamento e a queda nos repasses do Estado fazem com que políticas, como a de assistência estudantil, acabem sofrendo os impactos da crise. “A inclusão sem estar aliada às ações de permanência faz com que a universidade incorra no desperdício.”

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