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“Hamlet” traz interpretação ímpar de Thiago Lacerda

A encenação de Ron Daniels também valoriza a força clássica da obra

Por Dirceu Alves Jr.
Atualizado em 5 dez 2016, 16h41 - Publicado em 1 nov 2012, 10h32

Montar um clássico é sempre um desafio. Tratando-se de Hamlet, mostra-se uma prova de coragem. Produtores, diretores e elenco correm atrás de uma linguagem diferenciada, abordagens criativas e interpretações capazes de superar versões bem-sucedidas de uma das histórias mais vistas no mundo. De volta aos palcos, a tragédia escrita por William Shakespeare (1554-1616) na virada do século XVII ganha eficiente encenação comandada por Ron Daniels, diretor brasileiro radicado na Inglaterra e nos Estados Unidos há três décadas é especialista em textos do bardo.

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Protagonizado por Thiago Lacerda, o espetáculo apresenta um surpreendente respeito à obra-prima. A trama do atormentado príncipe dinamarquês está lá, muito bem contada. O velho rei (interpretado por Antonio Petrin) acaba de morrer, e seu filho não é o sucessor. O poder fica com o irmão do monarca (papel de Eduardo Semerjian), com quem a rainha viúva (a atriz Selma Egrei) logo se casa. Hamlet se encarrega da vingança, tenta recuperar a coroa e abdica do amorde Ofélia (a atriz Anna Guilhermina).

O diferencial do espetáculo surge justamente de uma transposição fiel da trama — dentro do possível, mais de cinco séculos depois — em uma estrutura de teatro clássico que dialoga perfeitamente com o público.

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Uma das maiores contribuições é a tradução de Marcos Daud e Daniels. Os personagens conversam de forma natural e quase coloquial. Essa opção, aliada aos figurinos, já torna contemporânea a história. A energia com que Lacerda se entrega ao personagem também conquista a plateia. Irregular na TV, o ator sobressai como um Hamlet que acumula fragilidade, revolta e loucura com tranquilidade ímpar na interpretação.

Semerjian reforça o lado maquiavélico do Rei Cláudio, enquanto Selma Egrei propõe um adequado jogo sensual, inclusive em relação ao filho. Menos interessante, Anna Guilhermina não reforça os dilemas de Ofélia e a mocinha perde força no contexto. Nada, no entanto, abala o equilíbrio do grupo, no qual ainda se destacam Roney Facchini, Marcos Suchara e Rafael Losso.

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