Motorista do Uber tem carro destruído por taxistas
"Entramos em pânico", conta Rafael Rodrigues, que tinha uma passageira no veículo quando sofreu ataque na Zona Oeste
Na madrugada de domingo (3), um motorista do Uber teve o carro depredado durante um trajeto com uma passageira. O carro seguia da Rua Amaral Gurgel, no centro, para a região do Allianz Parque por volta das 3h10, quando foi atacado por um grupo de cinco taxistas.
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Reduto de casas de shows, o pedaço na Zona Oeste estava movimentado. De acordo com o profissional Rafael Rodrigues, um grupo de cinco taxistas começou a direcionar xingamentos para os veículos pretos e prateados – cores padrões do Uber – que transitavam pela via, além de tentar depredá-los.
“Parei no semáforo e, de longe, vi taxistas agredindo automóveis por ali. Achei que se tratava de alguma briga de trânsito e diminuí a velocidade. Quando passei, começaram a atacar meu carro, estouraram os vidros e danificaram a lataria. Eu e a passageira entramos em pânico. Eles tentaram abrir as portas, mas não conseguiram, porque eu arranquei antes”, afirma Rodrigues. Assustada, a moça, moradora da região, não quis participar do boletim de ocorrência.
Os agressores deprederam o automóvel usando pedaços de ferro e pedras. O prejuízo foi de 7 000 reais. Rodrigues já havia sofrido ataques de taxistas anteriormente, como xingamentos no trânsito, além de ovos e garrafas d’água lançados contra seu carro.
Anteriormente, ele trabalhava como taxista, porém, conta que as taxas diárias que pagava para trabalhar não eram tão atrativas quanto o Uber, em que o principal gasto são apenas as prestações do veículo. A empresa cobriu os danos e os dias não trabalhados do motorista, que pretende continuar prestando o serviço, porém, com uma câmera gravadora dentro do carro.
A briga entre taxistas e o serviço de transporte Uber já vem de algum tempo – e não se trata do primeiro caso de agressão do tipo. Desde a popularização do aplicativo, taxistas promovem manifestações na cidade contra a operação dos veículos, que muitas vezes são mais econômicos que as corridas de táxi e lutam por uma regularização com o poder público. Na última manifestação realizada, cerca de 1 000 taxistas ocuparam o Viaduto do Chá, no centro.