Conheça os tosadores estrelas que cobram 500 reais pelo serviço
Tratamento de salão para pets vira moda entre os donos e revela nomes de profissionais importantes no setor
As mulheres costumam buscar os melhores cabeleireiros e produtos. Para muitas, ficar bonita quase sempre vale os (vários) cifrões que aparecem mais tarde na fatura do cartão. Em tempos em que cães e gatos podem usufruir as mesmas regalias que os humanos, algumas delas tão ou mais caras, os pets também andam recebendo tratamento de salão de beleza.
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Seus pelos têm a agradecer aos tosadores, que, com a ascensão de sua profissão no mercado animal, ficaram mais experientes e ganharam o status de groomers. “Com a visão de que o bicho é um membro da família, os donos passam a cuidar mais, gastar mais e ser mais exigentes com o serviço”, diz José Edson de França, presidente executivo da Associação Brasileirada Indústria de Produtos para Animais de Estimação.
Uma tosa animal mais complexa chega a custar 500 reais, preço maior, por exemplo, do que os 400 reais cobrados pelo corte por Wanderley Nunes, estrela das tesouras que atende famosos do naipe de Gisele Bündchen. Além disso, podem ser adicionados à conta procedimentos como tintura, alisamento com chapinha e, acredite, colocação de aplique de cabelo humano.
Veja abaixo uma galeria com trabalhos de Flávio Fernandes:
Um dos astros do setor é William Galharde, gerente técnico de estética da rede Pet Center Marginal. Em abril, ele conquistou pela segunda vez a medalha de ouro em um concurso para especialistas do ramo nos Estados Unidos. Seu poodle gigante Christian, de 6 anos, serve de cobaia para topetes e tranças. “Já tosei os cães de famosos como Sandy e Alexandre Herchcovitch”, afirma. Outra de suas clientes é a administradora Luciana Nishikawa, dona da yorkshire Vicky Nina e da lulu-da-pomerânia Darah Duni. Toda semana, ela se desloca de Arujá, na Grande São Paulo, até a capital para dar um trato nas mascotes. “Gasto cerca de 600 reais mensais com banho, tosa e hidratação de vinho ou chocolate”, diz.
Com mais de duas décadas de experiência no negócio, o groomer Flávio Fernandes comanda há sete anos uma escola que forma banhistas e tosadores. Em 2010, mudou-se do Jabaquara para um espaço na Vila Mariana duas vezes maior. Chega a receber por ano aproximadamente 1 000 alunos, que frequentam seis tipos de curso fixo, além de workshops. Ali, um pacote básico de formaçãode 120 horas custa 2 100 reais. “É algo que dá um retorno muito rápido ao profissional”, afirma. Ele calcula que um tosador ganhe um salário médio mensal de 2 000 reais — mas pode receber até 10 000 reais quando bem sucedido.
Fernandes, por exemplo, é requisitado para dar consultoria e fazer tosas particulares, para mudar o visual de gatos a porquinhos da índia. Certa vez, cobrou 3 000 reais por um trabalho publicitário no qual, só com tesoura e tinta, transformou um bichon frisé em um panda, um golden retriever em um tigre e um pastor alemão em uma zebra. Antes instalado em uma salinha nos fundos das pet shops, o espaço para banho e tosa, também chamado de centro de estética, ocupa agora posição de destaque. Tornou-se uma vitrine capaz de juntar interessados de olho no trabalho dos groomers.
Os tanques viraram lavatórios incrementados e, na hora de enxugar o peludo, entraram em cena secadores específicos e cabines de luz infravermelha.O sabão de coco foi substituído por xampus e condicionadores apropriados. Ganharam as prateleiras laquês, óleos, sprays com glitter, laços…
“Os fabricantes perceberam que não é porque se trata de um item para cães que não é preciso investimento tecnológico”, explica Cleiser Kurashima, gerente de inovação da Pet Society, marca de produtos de estética que cresceu 30% do ano passado para cá. “A ideia agora é sair do básico.”