Tom Zé tem retrospectiva da carreira em DVD e show
Com imagens captadas no Teatro Fecap em agosto do ano passado, o trabalho teve produção e direção do ex-titã Charles Gavin
Para o inquieto Tom Zé, o DVD surgiu para facilitar a vida. “A minha música realmente não cabe em LP nem em CD”, explica. “Como sempre fui um péssimo cantor, compositor e instrumentista, desenvolvi a performance, a coisa do corpo, e preciso do palco, da filmagem, para minha obra fazer sentido completo.” Aos 73 anos, o baiano de Irará andou mal das costas nos últimos tempos e cogitou se aposentar. Mas queria se apresentar em cena e, como diz, “gravar, usando as últimas gotas de energia”. A dor passou, mas o desejo de um registro permaneceu — aliás, também materializado em CD: trata-se de ‘O Pirulito da Ciência — Tom Zé & Banda ao Vivo’.
Com imagens captadas no Teatro Fecap em agosto do ano passado, o trabalho teve produção e direção do ex-titã Charles Gavin. A ideia foi fazer uma retrospectiva das cinco décadas de carreira do pilhado artista. Ao lado de seis músicos, ele recordará no Teatro do Sesc Pompeia coisas como ‘Companheiro Bush’, ‘Ogodô’, ‘Ano 2000’, ‘Augusta, Angélica e Consolação’ e ‘São São Paulo, Meu Amor’. Ainda prometeu a VEJA SÃO PAULO cantar ‘A Briga do Edifício Itália e do Hilton Hotel’, de 1972, com algumas atualizações: no começo de março, o arredondado edifício onde funcionou o hotel passou a abrigar desembargadores do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. “Vou dizer que a Justiça é mais redonda, mais uterina, mais cerúlea” (palavra que significa “da cor do céu”). Esse é o tom de Tom Zé.