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Quatro casos de microcefalia em SP podem ter relação com vírus zika

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, as pacientes são gestantes que viajaram ao Nordeste durante a gravidez

Por Veja São Paulo
Atualizado em 5 dez 2016, 11h50 - Publicado em 2 dez 2015, 18h36
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Mesmo antes da confirmação oficial da relação entre o surto de microcefalia em estados como Pernambuco com o vírus zika, feita pelo Ministério da Saúde no último sábado (28), casos da doença em São Paulo já levantavam suspeita de terem sido causadas pela picada do mosquito transmissor Aedes aegypti.

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, as gestantes fizeram viagens para o Nordeste durante a gestação. As datas e locais exatos visitados por elas não foram divulgados, e as ocorrências não constavam no boletim epidemiológico do Ministério da Saúde publicado na segunda (30) – o relatório informou que o número de casos suspeitos em todo o Brasil está em 1 248.

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Aqui na capital, uma das pacientes está em acompanhamento ambulatorial (quando não há internação) realizado pela Santa Casa de Misericórdia, na Vila Buarque. “A gestante passou por algumas consultas e exames que indicaram uma possível microcefalia no feto”, comentou a assessoria do órgão. A confirmação, porém, só pode ocorrer após o nascimento do bebê, que deve passar por uma medição do crânio.

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No Hospital Municipal Mário Degni, na Vila Antônio, na Zona Oeste, uma criança nasceu com a doença, mas sua relação com o vírus zika ainda está sendo investigada. As outras duas suspeitas foram identificadas no Hospital das Clínicas, em Pinheiros. Os recém-nascidos com microcefalia estão sendo acompanhados pela equipe do complexo, mas não precisaram ser internados. O hospital informa que trata casos da doença todos os anos.

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Justamente pelas múltiplas causas da doença, o Doutor Juvenal Andrade, obstetra da Associação de Obstetrícia e Ginecologia de São Paulo, acredita que não é vantajoso criar uma situação alarmista a respeito do vírus. “O número de casos de microcefalia comprovadamente causados pelo zika não é suficiente para firmar essa informação”, opina. “A doença também pode ser uma consequência de gestações com abuso de droga e álcool, por exemplo.”

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O VÍRUS ZIKA

Após muitas ocorrências de recém-nascidos com microcefalia no Nordeste do país, o Instituto Evandro Chagas, no Pará, confirmou a presença do vírus zika no sangue e tecidos de um bebê com a doença que teve óbito no Ceará. A infecção ocorre por meio do mosquito Aedes aegypti, majoritariamente associado à dengue e à febre chikungunya.

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Ainda não é possível confirmar se há outras formas de transmissão, a atuação no organismo humano e o período em que as gestantes estariam mais vulneráveis, segundo o Ministério da Saúde. O órgão também confirmou outras duas mortes relacionadas ao zika. As vítimas foram um homem do Maranhão e uma menina no Pará.

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DIAGNÓSTICO

De acordo com o Ministério da Saúde, as orientações à rede de saúde em outras regiões do país estão ocorrendo desde o começo das investigações, no primeiro semestre do ano. Uma ficha de notificação coleta informações como as últimas viagens e os sintomas dos pacientes que chegam com quadro de dengue aos hospitais. Quando os exames dão negativos, as coletas vão para laboratórios preparados para identificar o vírus. O Ministério informa que, por tratar-se de uma doença nova, ainda não há um kit de diagnóstico disponível à população.

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ALERTA MUNDIAL

A Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou nesta terça (1º) um alerta para que os países membros se preparassem para um possível crescimento no número de casos de doenças provocadas pelo vírus zika. O documento também sugere um isolamento das pessoas que são identificadas com a infecção. “Para prevenir a transmissão para os outros, o contato com o paciente infectado deve ser evitado, pelo menos durante a primeira semana.”

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