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Shopping Cidade São Paulo será inaugurado nesta quinta

Centro de compras com 160 lojas foi construído em terreno que abrigou palacete da família Matarazzo na Avenida Paulista

Por Adriana Farias
Atualizado em 25 nov 2021, 19h04 - Publicado em 17 abr 2015, 23h00

Aberta no fim do século XIX, a Avenida Paulista atravessou suas primeiras décadas como um reduto de elegantes palacetes de barões do café e industriais. O aspecto de condomínio de luxo manteve-se inalterado até os anos 50, quando os casarões clássicos começaram a ceder espaço a arranha-céus comerciais. Ícone das transformações causadas pela expansão financeira da capital, a via fecha um ciclo nesta quinta (23) com a inauguração do Shopping Cidade São Paulo, erguido em um dos últimos lotes que estiveram disponíveis para incorporação imobiliária na região nos últimos anos.

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Localizado no número 1230, na esquina com a Rua Pamplona, o terreno em si representa o emblema do fim de uma era: ali ficava a célebre e suntuosa mansão do conde italiano Francisco Matarazzo (1854-1937), pioneiro da industrialização brasileira, demolida em 1996. O centro de compras terá 160 lojas, praça de alimentação, teatro e cinema distribuídos por cinco pisos. “A avenida atrai um público de jovens, turistas, executivos e trabalhadores durante 24 horas”, afirma José Roberto Voso, diretor de shopping centers da CCP, dona do empreendimento. “Apostamos ainda no ‘filé’ da população dos bairros da Bela Vista e dos Jardins como clientes”, completa.

Um prédio anexo, a Torre Matarazzo, será finalizado até junho. Vendido por quase 200 milhões de reais à Previ, fundo de previdência de funcionários do Banco do Brasil, possui treze pavimentos aptos a receber 1 200 funcionários. O complexo inteiro consumiu 500 milhões de reais. No shopping, o maior boxe será ocupado pela loja de brinquedos Ri Happy, que será inaugurada em julho, com 953 metros quadrados. “Um espaço da Disney reunirá bonecos de princesas e heróis da Marvel, cinema infantil e videogames interativos”, diz o diretor de novos negócios da marca, Renato Floh.

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A grife de cristais Swarovski trará um conceito diferente em relação a suas outras nove unidades na cidade. “A proposta é de um ambiente aberto, sem barreiras de vitrines ou portas, e localizado no andar térreo, algo inusitado para joalherias”, explica a diretora-geral de varejo, Carla Assumpção.

O endereço não é o primeiro do gênero na região. O Center 3 e o Conjunto Nacional, próximo à Rua Augusta, têm 100 e 66 lojas, respectivamente. O Top Center, perto da Avenida Brigadeiro Luís Antônio, possui 67. Em termos de variedade de comércio, o Pátio Paulista, na Rua Treze de Maio, na Bela Vista, com 234 estabelecimentos, continua firme na liderança.

tijolo-matarazzo-shopping cidade são paulo

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A chegada do novo empreendimento implica mais impacto em um pedaço da metrópole pressionado pelo fluxo diário de 1,5 milhão de pessoas e 2400 veículos por hora. Com o objetivo de reduzir os danos, a incorporadora acertou a realização de uma série de contrapartidas. Uma delas foi o alargamento das ruas Pamplona e São Carlos do Pinhal — nessa segunda fica a entrada principal do shopping. Elas ganharam uma faixa a mais. Outra foi a criação de uma praça pública de 2 400 metros quadrados com mudas da Mata Atlântica e conservação de sessenta árvores nativas. “Será um jardim sem muros nem cercas, qualquer pedestre poderá acessá-lo”, afirma o diretor de desenvolvimento da CCP, Hilton Rejman.

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As obras duraram quatro anos, mas a movimentação em torno do famoso terreno começou bem antes. A polêmica remonta a 1989, quando membros da família Matarazzo teriam tentado, sem sucesso, na calada da noite, derrubar com explosivos o casarão de dezenove quartos e dezesseis salas. A justificativa oficial foi que o palacete enfrentava problemas hidráulicos, que exigiam gastos vultosos.Segundo técnicos da prefeitura daquele período, o real motivo seria escapar de um processo de tombamento. Pouco depois, a então prefeita Luiza Erundina decidiu desapropriar o imóvel para instalar ali o Museu do Trabalhador, projeto nunca concretizado.

Ri-Happy-Shopping Cidade São Paulo

Em 1996, a construção acabou ruindo após anos de decadência. A negociação para a compra da área pela CCP por 125 milhões de reais até o início das obras foi outra novela, que se arrastou por seis anos, mobilizou cinco ramos da família e terminou em 2011. A obra subsequente contou com episódios dignos de uma escavação arqueológica.“Encontramos tijolos com as inscrições IRFM, de Indústrias Reunidas Fábricas Matarazzo, e guardamos em nosso escritório, pois trata-se de uma relíquia com mais de 100 anos”, conta Rejman.

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Esse acervo, no entanto, representa a única parte que sobrou da antiga mansão. “Per deu-se a oportunidade de preservar nossa história”, lamenta o professor Lucio Gomes, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP.

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Compras e Negócios

Alguns dos principais números do empreendimento

O COMPLEXO 

  • 500 milhõesde reais de investimento
  • 12 000 metros quadradosde área total do terreno
  • 123 000 metros quadradosde área construída

O SHOPPING

  • 17 500 metros quadradosde área bruta locável
  • 160 lojas
  • 1 500 vagas de estacionamento
  • 170 vagas de bicicletário
  • 2 400 metros quadrados de praça

A TORRE

  • 22 000 metros quadradosde área construída
  • 13 andares
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