São Paulo tem noventa terrenos ocupados por sem-teto
Secretaria de Habitação estima que a maioria das áreas seja particular
Cerca de noventa áreas – entre terrenos baldios, casas e prédios – em diferentes regiões da cidade estão hoje ocupadas por sem-teto. A estimativa é da Secretaria Municipal de Habitação (Sehab). “Não é possível saber com exatidão. Os números variam diariamente e na maioria dos casos as áreas são particulares”, disse, em nota, a assesoria de imprensa da pasta.
Nesta terça-feira (6), um hotel desativado na Avenida Brigadeiro Luís Antônio, no centro, foi ocupado por cinquenta famílias de Cidade Tiradentes, Zona Leste da capital. Durante o último fim de semana, outras 2 000 invadiram um terreno particular em Itaquera, perto da Arena Corinthians, e batizaram o local de “Copa do Povo”.
Nos últimos meses, mais duas grandes ocupações surgiram na Zona Sul: a Nova Palestina, no M’Boi Mrim, e a Faixa de Gaza, em Paraisópolis. A maioria das ações é coordenada pelo Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST).
O déficit habitacional de São Paulo hoje é de 230 000 moradias. Se construídas, essas casas conseguiriam abrigar as 890 000 pessoas que vivem em situação precária – na rua, em favelas, em barracos montados em áreas de risco ou em casas sem infraestrutura.
O prefeito Fernando Haddad prometeu que até o final do mandato, em 2016, entregará 55 000 unidades habitacionais. A Sehab afirma que existem 130 000 famílias cadastradas na “fila” da moradia. Além disso, outras 30 000 recebem auxílio-aluguel.