Rua dos Pinheiros e arredores voltam a ser reduto boêmio
Badalada nos anos 90, área volta a receber público variado, atraído pelos bares Noname Boteco e Casa Café, entre outros, além de lanchonetes como o Meats
Inaugurado em março, o Noname Boteco é o mais novo bar da Rua dos Pinheiros. A casa, que pertence aos mesmos donos da hamburgueria Butcher’s Market, coroa a onda de aberturas boêmias na via e em seus arredores.
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Nos últimos cinco anos, uma cena gastronômica foi ganhando força na área que, nos anos 90, era um famoso point de baladas. Mais recentemente, os bares seguiram essa toada e começaram a despontar por lá, reacendendo o agito na região.
A onda começou em 2013, quando inauguraram endereços bacanas como o bar japonês Minato Izakaya, próximo à Avenida Pedroso de Moraes, e a casa de pegada latina Guanahaní, na Rua Joaquim Antunes.
Essa lista inclui ainda os bares de coquetéis Flâner e Casa Café e o boteco japonês Sanpo, recém-abertos. Junta-se a esse roteiro a lanchonete Meats e o restaurante Consulado da Bahia, ambos com pegada de bar.
Só houve uma baixa na região: o Barteco, inaugurado em 2013, acaba fechou neste mês. Apesar de sempre estar repleto de clientes, o negócio não deu certo. Segundo o chef Daniel Brum, a causa foi um desentendimento entre os sócios.
Abaixo, confira a rota boêmia da Rua dos Pinheiros.
Casa Café – Na estreia como dono do próprio balcão, no início de 2014, o mixologista Marco De la Roche sai-se muito bem. Ele faz ótimos coquetéis, como o meu limão meu limoeiro, um azedinho coquetel de vodca cítrica, licor de laranja, limão-siciliano e mel (R$ 24,00) mais uma folha de limoeiro. Também agrada a margarita da vila (R$ 25,00), de tequila, Cointreau, maracujá e limão. O endereço fica pertinho da balada Bubu Lounge Disco.
Consulado da Bahia – Não é difícil localizar o imóvel de fachada colorida que abriga essa casa especializada em cozinha do Recôncavo Baiano. Apesar de ser um restaurante, suas mesas na calçada ficam repleta de pessoas bebericando cerveja em garrafa — legado do Mateus Bar, que funcionou por ali. Para comer, peça a porção de mini-acarajés (R$ 29,00, quatro unidades). Tudo fica ainda melhor se for castigado com uma pimentinha caseira das brabas. Abriu em 2010.
El Kabong – Veterano na via, está ali desde 1993. Ao som ambiente de clássicos do rock, grupos de amigos tomam as grandes mesas de madeira para se fartar de tacos, burritos, quesadillas e outras sugestões. Para o clima ficar completo, peça o submarino: chope Braumeister com uma dose de tequila emborcada e borda incrustada de sal e limão.
Flâner – O bar recém-inaugurado fica no piso superior do restaurante Le French. Lá, impera o balcão. As coqueteleiras são agitadas pelo barman Vinícius Apolinário, que faz drinques como a mistura de licor de cenoura e espumante (R$ 25,00) e uma versão do dirty martini (R$ 22,00) com cachaça em vez de gim.
Guanahaní – Nessa casa aberta no fim de 2013, tudo remete à Colômbia. De atmosfera descontraída, o local possui paredes e mesas multicoloridas, ocupadas sobretudo por um público que passou dos 30 anos. De seu cardápio, vale investir nos petiscos. A porção de ysangas (R$ 18,00) tem a forma de cestinhas de banana-da-terra que podem ser recheadas de coquetel de camarão ou polvo em especiarias, entre outras opções. Do bar, as atrações são todas filhas do rum.
Kebab Paris – A pequena casa com clima de botequim se inspirou nas kebaberias de rua de Paris. Os sanduíches enrolados no pão-folha (R$ 18,00 a R$ 25,00) recebem recheios como cafta, cordeiro e faláfel. Vêm acompanhados de molho e salada. Para beber, há long necks da Heineken e da Stella Artois (R$ 6,00 cada uma).
Meats – A melhor hamburgueria gourmet da cidade, segundo a edição especial do “Comer e Beber” 2013-2014, também faz as vezes de bar para as multidões que vão à casa. Uma porção para abrir o apetite é a de coraçãozinho de galinha empanado mais cebola puxada na cachaça (R$ 21,00). O aperitivo é ótimo para partilhar no centro da mesa e vai bem com os cerca de trinta rótulos de cerveja disponíveis. Também há chope Guinness (R$ 19,00 o pint).
Minato Izakaya – Aberto em maio de 2013, esse pequeno boteco japonês tem paredes escuras, iluminação baixa e dois balcões coletivos que, juntos, somam vinte lugares. No cardápio, porções frias e quentes aparecem ao lado de shochus coreanos e saquês japoneses. Na hora de escolher o que comer, comece pelas frescas e carnudas ostras vindas de Florianópolis. Elas chegam à mesa cobertas pelo cítrico molho ponzu, feito com shoyu, vinagre e limão, e custam R$ 27,00 (seis unidades).
Noname Boteco – Em uma antiga floricultura, a dupla de primos Ryan and Jae Kim, sócios da hamburgueria Butcher’s Market e do bar-restaurante Fisherman’s Table, abriram a casa em março. A fachada continua propositalmente pichada, e o interior tem o ar hype e descontraído que os sócios procuram em suas outras casas. Para beber, há chope (R$ 7,50, Stella Artois) e cervejas em garrafa, como Original e Serramalte (R$ 9,00 a garrafa). O menu traz petiscos típicos de boteco, como os bolinhos de arroz (R$ 18,00, sete unidades). Hits das outras casas dos donos também dão as caras, caso das coxinhas de siri (R$ 18,00 a porção).
Sanpô – É o novo bar japonês da cidade. Para acompanhar o saquê ou a cerveja, a clientela pode escalar as berinjela grelhada salpicada de flocos de peixe. Uma opção mais encorpada é o tonkatsu (carne de porco empanada) acompanhada de arroz, molho de curry japonês e ovo frito.
Si Señor – Especializada em receitas tex-mex, a casa ganhou uma unidade na rua em 2008. Tem atmosfera semelhante à das redes americanas de casual dining, com música ambiente animada, atendimento informal e cardápio ilustrado com fotos. São apetitosos o chile (cozido de carne moída e feijão; R$ 39,00) e os nachos supreme (tortilhas de milho crocante cobertas por pasta de feijão, queijo cheddar, guacamole, sour cream, tomate e azeitona; R$ 36,00 a porção pequena).