Química tentou se matar após marido pular da janela com filho, diz zelador
Funcionário do condomínio diz que Célia foi contida por vizinhos; discussão do casal teria começado por causa de um lanche
A química Célia Regina Pesquero, de 49 anos, também teria tentado se matar após o marido, o professor Edemir de Mattos, de 52 anos, ter pulado do 13º andar com o filho, Ivan Pesquero de Mattos, de seis anos, no colo. A tragédia aconteceu no prédio onde a família morava, na Avenida Manoel Pedro Pimentel, em Osasco, na noite de segunda (17).
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O zelador do condomínio, Carlos Alberto da Paz e Silva, de 50 anos, disse que a briga entre o casal começou por um motivo banal. “Foi por causa do lanche dele que ela preparava para o dia seguinte.” Durante a discussão, Célia teria dito que estava cansada e que queria o divórcio. “Isso deixou ele transtornado.”
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Da janela do apartamento do comerciante Adriano de Souza Castro, de 31 anos, alguns moradores tentaram convencer Mattos. Segundo testemunhas, as negociações duraram cerca de cinco minutos, mas o homem acabou pulando, o que resultou em sua morte e na do garoto. Logo após, Célia abriu a porta do apartamento.
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Silva afirma que o apartamento estava todo sujo de sangue. “Ela perguntou se ele tinha se jogado. Falamos que não e levamos ela para o hall”. Ao ver os corpos cobertos, Célia teria afirmado: “eles morreram”. Mas os vizinhos disseram que eles estavam vivos e que esperavam apenas o atendimento médico.
Ainda de acordo com Silva, Célia disse que estava com frio. Nesse momento, ela retornou ao apartamento para buscar um casaco. Foi quando ela seguiu para a sacada do imóvel, mas foi contida pelos vizinhos.
UTI
Com ferimentos no rosto, Célia foi encaminhada para o Hospital Antônio Giglio, no centro de Osasco, onde continua internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Antônio Giglio, no centro de Osasco. Segundo amigas, ela está com o rosto muito inchado, mas já consegue abrir os olhos.
Nesta quarta (19), o menino Ivan foi enterrado no Cemitério Alpha Campus, em Jandira. Já Mattos foi sepultado no Cemitério da Saudade, em Campinas, também nesta manhã.
O síndico do prédio, Claudio Godinho, de 62 anos, disse que o professor nunca demonstrou agressividade. “Era reservado, de poucas palavras, mas educado com todos.” De acordo com ele, Mattos demonstrava ter muito amor pelo filho e a mulher. “Ele brincou com o menino no prédio até as 20h.” Para as testemunhas, Célia costumava apanhar calada por causa do filho. Na noite de terça, moradores realizaram uma missa e colocaram flores no local onde os corpos foram encontrados.