Protesto de caminhoneiros interdita Marginal Tietê
Ato foi organizado para pedir redução do preço do diesel
Protesto de caminhoneiros interdita as faixas da pista expressa da Marginal Tietê, sentido Castello Branco, na tarde desta segunda (9). O ato, liderado pelo Comando Nacional do Transporte, já bloqueou rodovias em quatro estados, entre a madrugada e a manhã desta segunda, de acordo com Polícia Rodoviária Federal. Os transportadores pedem redução no preço do óleo diesel, uma tabela de preços mínimos para o frete e a saída da presidente da República, Dilma Rousseff, do poder.
Houve bloqueios parciais na BR-381, em Minas Gerais, próximo do município de João Monlevale, e na BR-262, em Igaratinga; em Santa Catarina, na BR-280, em São Bento do Sul, e na BR-282, em Campos Novos; no Rio Grande do Sul, na BR-448, em Porto Alegre, mas a PRF informou que o trânsito já foi total ou parcialmente liberado. Neste momento, os manifestantes também bloqueiam a BR-376, em Califórnia, no Paraná.
Por volta das 6 horas, os caminhoneiros também realizaram uma manifestação na Rodovia dos Bandeirantes, em São Paulo, o que provocou filas de nove quilômetros na via nesse horário.
No fim de semana, a categoria já tinha realizado manifestações em cidades como Apucarana e Ibiporã, no Paraná, um dos Estados onde é esperada a maior adesão.
Quase toda a movimentação vem sendo organizada via aplicativos de celular e pelas redes sociais, mas não conta com a adesão de boa parte das entidades nacionais que representam o setor.
Um dos líderes da categoria e organizador da paralisação, Ivar Schmidt afirma que a luta é pela renúncia da presidente Dilma Rousseff. Ele está à frente do “Comando Nacional do Transporte” e garante que oscaminhoneiros, agora, somente vão negociar “com o próximo governante”.
A greve ganhou o apoio de grupos como Movimento Brasil Livre e Vem pra Rua. Os líderes do movimento garantem já ter grande apoio também de caminhoneiros de São Paulo, Rio de Janeiro e Santa Catarina. A expectativa é atingir pelo menos 70% do País inicialmente.
Contra
Várias entidades que representam o setor se manifestaram contra esse movimento e veem interesses políticos por trás dessa paralisação. Para o Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos de Bens no Estado do Pará (Sindicam-PA), a greve é organizada “por pessoas que não fazem parte da categoria e estão aproveitando o momento de dificuldade que o País passa”.
Já a Federação dos Caminhoneiros Autônomos de Cargas em Geral do Estado de São Paulo (Fetrabens) diz que “os problemas que afetam a categoria são muitos e que, para resolvê-los, é preciso coesão e sabedoria”. Entidades de Goiás e Tocantins também assinaram, juntos, um documento contra a greve.
Principal alvo dos sindicatos, Ivar Schmidt tem 44 anos, mora em Mossoró (RN) e nega qualquer vínculo partidário. Caminhoneiro, ele começou a se destacar há um ano e, em 2015, criou o “Comando Nacional do Transporte”.