Prepare-se para o show dos Rolling Stones no sábado (27)
Valores da cerveja são altos? Tem táxi? Tem Uber? Confira o manual de sobrevivência para um dos maiores eventos que você vai assistir este ano
Cerveja por 4 ou 10 reais? Os motoristas do Uber atendem chamados nas redondezas do estádio do Morumbi? Dá para levar o filho pequeno? Para quem vai ao show dos Rolling Stones no sábado (27), vale a pena conferir um pequeno manual de sobrevivência para curtir sem perrengues a maior banda de rock do mundo. Mas atenção: os ingressos já estão esgotados.
+ Apoteótico, show dos Stones tem até ‘beijinho no ombro’
COTAÇÃO DA CERVEJA
Fora do estádio: quem iniciar o esquenta ali fora terá muitas opções de cervejas. Os preços variam. Uma lata de Skol pode custar 4 reais, enquanto a long neck de Heineken custa até 10 reais – essa mesma cerveja era vendida por 5 reais por ambulantes que estavam perto da Avenida Francisco Morato. A compra rendia uma brinde: uma capa de chuva. Ótimo negócio.
Dentro do estádio: 10 reais a lata de Budweiser, patrocinadora do evento. Alguns ambulantes servem a gelada em um copo lindo, estampado com a icónica língua dos Rolling Stones. Nem todos os vendedores, no entanto, ofereciam esse copo, colocando a bebida em um de plástico simples. Vale caçar um vendedor para levar o copo bacana para a casa. Aliás, teve gente que saiu do estádio com seis copos dentro da bolsa.
BANHEIROS
No intervalo entre o show dos Titãs e a entrada dos Stones, os sanitários estavam tão cheios que as mulheres buscaram os banheiros masculinos. Quem saía da arquibancada para se aliviar demorou até 20 minutos. Os banheiros da Pista Premium, por outro lado, estavam sem filas, limpos e com papel higiênico – coisa rara nesse tipo de evento. Mas é claro que tinha um ou outro sem educação que fazia de penico as grade que cercavam o espaço.
CHEGADA E SAÍDA
Para evitar se estressar, prefira parar o carro em um ponto da Avenida Francisco Morato. Isso evita perder tempo no trânsito e ser abordado insistentemente por flanelinhas e funcionários de estacionamento. Quem usou táxi, na volta, é melhor chamar um taxista a partir do cruzamento da Avenida Jorge João Saad com a Amélia Corrêa Fontes Guimarães – os motoristas não pediam preço fechado. Perto do estádio, alguns motoristas se recusaram a fazer corridas curtas. Um detalhe importante: o Uber funcionou bem ali perto do estádio e muita gente chamou pelo aplicativo. Boa notícia é que não havia clima de animosidade entre os grupos, o que dá mais segurança para que vai utilizar os serviços.
DOGÃO E AFINS
Quase todos os ambulantes fora do estádio aceitavam cartão. O cardápio, no entanto, era o mesmo de sempre: churrasquinhos, pastel, hambúrguer e hot dog. Dentro do estádio, mais opções: temaki e “hambúrguer gourmet”, feito de carne angus. Custava 16 reais e estava uma delícia.
O QUE TEVE NO SHOW…
…’Beijinho no Ombro’
Jagger era pura simpatia. A cada música, soltava palavras e frases em português, num nítido esforço de agradar ao público. E conseguiu. “Boa noite, paulistas”, disse. Em determinado momento, comparou o clima de São Paulo ao de Londres, fazendo caçoada com a chuva fina que caiu durante parte da apresentação. Era aplaudido toda vez que falava português, mas o auge mesmo foi quando soltou um “Beijinho no ombro”, fazendo o movimento da Veleska Popozuda. A plateia foi ao delírio.
…clima familiar
Sabe casais se beijando? Teve aos montes. E de todas as idades. Muita gente contemporânea de Mick Jagger estava acompanhado da mulher, dos filhos e dos netos. Aliás, o clima era bem tranquilo, com muitos adolescentes. Também tinha crianças, sobretudo na arquibancada e na pista premium. O troféu fofura da noite vai para Carol Vecchi: grávida de gêmeos, ela desenhou a língua da barriga e ganhou sorridos de todos ao seu lado. Quando se cansava, ela abria o banquinho dobrável, sentava e descansava as suas pernas. Até o próximo hit tocar e ela levantar novamente.
…filho na plateia
Lucas e Luciana Gimenez acompanharam o show da pista premium, exatamente na parte final, ao lado da mesa de som. Lucas levo amigos adolescentes, que, de vez em quando, faziam às vezes de escudo para que as pessoas não fizessem tanta foto de Lucas.
… música supresa
Os Stones deixaram os fãs escolherem uma música para integrar o set list. A vencedora foi Bitch, do álbum Sticky Fingers.
…muita troca de roupa
Ícones de estilo, Mick Jagger e Keith Richards fizeram algumas trocas de roupa durante a apresentação. Quer, dizer, de parte da roupa. Eles mantiveram sempre a calça, mas variavam a camisa e a blusa. Richards começou com um casaco de motivo tropical (maravilhoso, por sinal), depois usou uma camisa de oncinha e outra com estampas de estrelas. Jagger abriu show com um casaco de brocado azul, substituído por uma camisa degradê de azul e preto e outra lilás. Ao fim, estava apenas de camiseta preta – que muitas vezes levantada e mostrava parte da barriga seca. O povo gritava, com toda razão, pois não é sempre que se está diante do senhor mais sexy do mundo.
… vaias à presidente Dilma
Entre o show de abertura e a grande atração, o público que estava na arquibancada superior 3 começou a entoar palavras de ofensas à presidente Dilma Roussef. Os manifestos se alastraram pela pista premium, mas não ganharam força por muito tempo. Em menos de dez minutos, o clima ficou como se nada tivesse acontecido.