Polícia prende segurança de bistrô onde funcionário foi agredido
Vídeo mostra ação da PM no Cereja Flor para permitir que empregados voltassem a trabalhar nesta terça (1)
Após cinco dias fechado devido à agressão a um funcionário e a posterior divulgação das imagens por VEJA SÃO PAULO, o badalado bistrô Cereja Flor, no Tatuapé, Zona Leste, só foi reaberto nesta terça (1), por volta do meio-dia, com a presença da Polícia Militar e do Sinthoresp, o sindicato da categoria.
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Ao menos 35 funcionários chegaram para trabalhar por volta das 8h, quando foram impedidos de entrar por quatro seguranças particulares contratados por Flávia dos Reis, uma das sócias, que aparece no vídeo junto com seu advogado Leonardo Souza Costa ameaçando e agredindo um empregado.
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Flávia não queria a entrada dos funcionários porque a maioria havia sido demitida no sábado, após a veiculação das imagens. No entanto, ela ainda detém a administração compartilhada do bistrô junto com Jaqueline Alves, fundadora do espaço, que não concordou com as demissões e quer manter a equipe. Ambas travam uma batalha na Justiça por causa de problemas na administração do local e suspeitas de desvios de dinheiro.
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Com a presença do sindicato, Flávia autorizou a volta ao trabalho dos funcionários, mas insistia no afastamento do gerente da casa, Alex Carvalho, sem o aval da outra sócia. O Sinthoresp chamou a polícia, que deu voz de prisão para um dos seguranças particulares de Flavia por impedir o direito de ir e vir do funcionário. O segurança e Carvalho foram prestar esclarecimentos na delegacia. Acima, um vídeo mostra a ação policial. Até o fechamento desta reportagem, os dois permaneciam no 31º DP (Vila Carrão) registrando boletim de ocorrência.
“Por ora a situação dos funcionários está resolvida”, diz Valdete dos Santos Camilo, advogada que representa o sindicato. “Conseguimos garantir que eles reassumissem suas funções com dignidade”, afirma. “A gente só quer trabalhar em paz”, explica Allyson Henrique batista de Araújo, um dos garçons da casa.
O Cereja Flor é conhecido pela decoração rebuscada, as taças lambuzadas de chocolate e a presença de famosos, o que lhe rendeu o apelido de “Paris 6 da Zona Leste”. O restaurante chega a receber um público de 1 000 pessoas por fim de semana.
Flávia e Leonardo foram novamente procurados pela reportagem, mas não atenderam os telefonemas. Na sexta (28), Flávia disse a VEJA SÃO PAULO que contestava o vídeo e que só fez “valer os seus direitos”. O caso está sendo investigado pela delegacia da Vila Carrão.