Continua após publicidade

Professora dá aulas de balé em Paraisópolis

Trabalho com crianças vai além da dança e a frequência na escola é obrigatória

Por Silas Colombo
Atualizado em 5 dez 2016, 15h57 - Publicado em 30 Maio 2013, 18h19

Após duas décadas dando aulas em escolas particulares, a professora de balé Mônica Tarragó foi surpreendida por uma notícia. Dois de seus alunos bolsistas, garotos pobres do Jardim Ângela, na Zona Sul, haviam sido aceitos no prestigiado Teatro Bolshoi do Brasil. Ali nasceu a vontade de ajudar crianças de uma favela que ela só conhecia pela janela de seu apartamento, no Morumbi.

O Ballet Paraisópolis deu os primeiros passos em maio do ano passado, quando a associação de moradores do local cedeu uma sala em sua sede, reformada e equipada em parceria com a operadora de telefonia Tim, que também bancou os uniformes.

Para que um candidato seja aceito,existem apenas duas exigências: estar matriculado na escola e manter 100% de frequência. Hoje, cerca de 100 meninas entre 9 e 12 anos aprendem as técnicas que sua professora aprimorou em renomadas academias na Itália. Outras 400 estão na fila de espera por uma vaga —100 serão abertas a partir de julho para aspirantes entre 7 e 17 anos. “Quero atender pelo menos 2 000 crianças e transformara região”, sonha Mônica.

São duas aulas semanais e, após oito anos de curso, as jovens se formam bailarinas e podem integrar companhias, atuar como coreógrafas ou se tornar mestras. “Ainda que não sigam carreira, elas sairão daqui com uma atitude profissional que será valorizada em outras áreas.”

Continua após a publicidade

A dura realidade da favela exigiu envolvimento em assuntos extraclasse. Logo no início do projeto, por exemplo, a professora notou a ausência de dois irmãos que haviam participado da primeira aula. Intrigada, foi à casa deles. “Descobri que o pai não gostou de ver os filhos no balé e proibiu”, lembra. O surgimento eventual de marcas roxas nas crianças a levou a percorrer vielas estreitas e entrar em barracos para entender as razões — geralmente, eram o resultado de brigas na escola ou de alergias pela convivência com roedores. A maior preocupação, no entanto, é a chuva. “Por duas vezes, alunas que moram em áreas de risco tiveram de buscar abrigo na associação”,conta Mônica.

Nome: Mônica Tarragó

Profissão: professora de balé clássico

Realidade que transformou: criou um projeto para ensinar dança a crianças da favela de Paraisópolis

Publicidade

Essa é uma matéria fechada para assinantes.
Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

Semana Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

Impressa + Digital no App
Impressa + Digital
Impressa + Digital no App

Informação de qualidade e confiável, a apenas um clique.

Assinando Veja você recebe semanalmente Veja SP* e tem acesso ilimitado ao site e às edições digitais nos aplicativos de Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH.
*Para assinantes da cidade de São Paulo

a partir de 35,60/mês

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.