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Padre é investigado por suposto desvio de dinheiro da Polícia Militar

Sacerdote da igreja Católica, o tenente-coronel Osvaldo Palópito era responsável pela Capelania Militar da corporação

Por VEJA SÃO PAULO
Atualizado em 5 dez 2016, 12h46 - Publicado em 23 fev 2015, 09h53
osavaldopalopito
osavaldopalopito (Jorge Araújo/Folhapress/)
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A Corregedoria da Polícia Militar está investigando o suposto desvio de recursos da Capelania Militar da corporação. O alvo do Inquérito Policial-Militar (IPM) é a atuação do tenente-coronel Osvaldo Palópito, que é padre da Igreja Católica e dirigia o órgão até o dia 31 de janeiro, quando pediu a sua passagem para a reserva.

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Por causa do caso, o comandante-geral da PM, coronel Ricardo Gambaroni, decidiu acabar com o cargo de capelão militar – o sacerdote que é ao mesmo tempo oficial da corporação. Com isso, a vaga de tenente-coronel do padre Palópito será transferida para o quadro de oficiais.

A decisão de instaurar o inquérito foi tomada pelo coronel Levy Anastácio Félix, comandante da Corregedoria. Suspeita-se de enriquecimento ilícito e de desvios que envolveriam até 2 milhões de reais. As desconfianças contra o padre Palópito na corporação surgiram em 2009, mas só agora teriam sido achados indícios que justificariam a abertura da investigação.

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Cantor – ele gravou seis discos – e com vida social intensa, Palópito era o responsável pela Paróquia Santo Expedito, na Rua Jorge Miranda, na Luz, no centro de São Paulo. É ali que funciona a Capelania, cujo prédio foi erguido nos anos 1940 com doações feitas pelos integrantes da antiga Força Pública, corporação que deu origem à Polícia Militar.

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Na primeira metade do século passado, a Força Pública era uma tropa que ficava em sua maioria aquartelada, com pouca participação no policiamento das ruas. Sua lógica organizacional era militar. Isso significava que cada batalhão devia ser autossuficiente, com oficinas mecânicas, serviço de alimentação, equipe médica e com sacerdotes que acompanhavam a tropa em missões, como no caso do combate à coluna Miguel Costa-Prestes, nos anos 1920.

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Palópito entrou para a PM por meio de concurso – outros padres concorreram ao cargo. Aprovado, ganhou a patente de segundo-tenente e fez carreira na corporação como os demais oficiais. A reportagem procurou o sacerdote, mas até as 20 horas de domingo ele não havia sido localizado.

Quebra de sigilo

A investigação contra o capelão começou em setembro de 2014. De imediato, o comando da Corregedoria decretou sigilo no inquérito. Ao Tribunal de Justiça Militar (TJM) de São Paulo, o corregedor da corporação pediu a quebra dos sigilos bancário e telefônico do sacerdote. Chefiada pelo juiz Luiz Alberto Moro Cavalcante, a Corregedoria do TJM deferiu ambas as medidas.

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As interceptações telefônicas forneceram pistas que justificaram a realização de uma busca e apreensão realizada em 11 de fevereiro em um imóvel que seria frequentado pelo sacerdote em uma praia do Litoral Norte.

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Procurado pela reportagem, o comando da corporação informou apenas que “a Polícia Militar confirma a existência de um Inquérito Policial-Militar em andamento, para apurar denúncias de possíveis irregularidades na administração do capelão Osvaldo Palópito na Capelania Militar Santo Expedito” (O Estado de S. Paulo).

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