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Mostra sobre o astro de rock David Bowie desembarca no MIS

Visitação começa nesta sexta (31) na capital. Em Londres, mais de 300 000 foram conferir em quase cinco meses

Por Carolina Giovanelli
Atualizado em 5 dez 2016, 15h18 - Publicado em 24 jan 2014, 17h51

Em 2004, no embalo de quase quatro décadas de carreira, o cantor inglês David Bowie sofreu um ataque cardíaco. A partir daí, diminuiu a quantidade de shows. Subiu ao palco pela última vez em 2006. Alguns deram como certa a aposentadoria do músico. Até que em janeiro do ano passado, no dia de seu aniversário de 66 anos, o ídolo do rock anunciou o lançamento do ótimo CD de faixas inéditas The Next Day, o que ajudou a reacender o interesse por sua obra.

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Os admiradores paulistanos terão agora a oportunidade de ficar mais próximos do astro depois de muito tempo —sua última apresentação por aqui ocorreu em 1997, na pista de atletismo do Ibirapuera. O Museu da Imagem e do Som (MIS), localizado no Jardim Europa, sedia a partir de sexta (31) a exposição David Bowie, vinda do Victoria and Albert Museum (V&A), de Londres, onde recebeu mais de 300 000 visitantes em quase cinco meses. Após uma breve passagem da mostra pelo Canadá, São Paulo terá o privilégio de ser a terceira cidade a recebê-la.

“Trata-se de algo raro sairmos na frente de cidades importantes como Paris e Nova York”, comemora André Sturm, diretor do MIS e fã do artista, que investiu 2 milhões de reais para trazer o evento para cá. Ele conseguiu o feito ao fechar o negócio no escuro. “Uma diretora do Victoria and Albert veio me visitar e comentou que estavam programando o evento sobre o Bowie para o ano seguinte”, conta. “Na mesma hora, disse que estava interessado. ”Sturm espera receber pelo menos 80 000 visitantes, público de sua última atração, uma exposição sobre o diretor Stanley Kubrick, que demandou abertura até a madrugada para atender os interessados— uma manobra considerada para David Bowie.

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A mostra reúne 300 peças nunca antes expostas e faz uma retrospectiva de todas as contrastantes fases do artista, que se envolveu com música, cinema, vídeo, artes plásticas e moda. As constantes guinadas sonoras que ele deu ao longo da carreira (passeou pelo rock pesado, pela música eletrônica e pelo pop dançante, entre outras mudanças) lhe renderam o apelido de “camaleão”. Os fãs poderão ver fotografias (a exemplo de uma de suas primeiras imagens de divulgação, aos 16 anos), colagens, set lists, letras de música escritas a mão, instrumentos…

Os itens que devem chamar mais atenção são os 47 figurinos, alguns deles icônicos, como o extravagante macacão preto de vinil da fase Aladdin Sane, assinado por Kansai Yamamoto, o terno azul-claro usado na gravação do videoclipe Life on Mars? e o conjunto de calça e jaqueta multicoloridas da fase Ziggy Stardust. Quando o visitante, munido de um fone de ouvido, pisar em uma certa área, uma música relacionada ao tema do ambiente começará a tocar, graças a uma tecnologia no piso. Todo o processo de montagem e transporte é acompanhado de perto pelos ingleses do V&A. As peças viajam em caminhões climatizados, embaladas em caixas individuais e escoltadas desde o avião atéo museu. “Nossa prioridade é a segurança desses objetos”, afirma Daniel Slater, gerente da exposição. Ele desembarcou em São Paulo junto de uma equipe de quatro pessoas, que primam pela conservação do acervo.

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Há roupas que foram muito usadas e se veem desgastadas por causa de suor, maquiagem e exposição à luz forte dos shows. Para os tecidos não se deformarem, os manequins acabaram sendo moldados exatamente como o corpo de Bowie, dos pés à cabeça. Os ambientes são climatizados e contam com iluminação baixa. Após o fim da atração, em abril, os objetos voarão para Berlim, na Alemanha.

O formato da mostra terá inspiração na marca registrada do cantor, o raio. “A entrada terá um túnel de 5 metros de comprimento repleto de luzes”, diz Fernanda Zanetti, arquiteta do Atelier Marko Brajovic, responsável pelo projeto. Fã do cantor, ela trabalha com uma camiseta estampada com a foto do ídolo e promete tatuar um raio quando o trabalho acabar. Em um “container-karaokê”, o público poderá vestir adereços inspirados em Bowie, cantar uma música (por 10 reais) e baixar o vídeo do mico na internet.

Em parceria com a Editora Cosac Naify, o MIS também lançará um livro sobre o pop star, que estará à venda na lojinha. Uma programação temática ocorrerá paralelamente. Uma das atividades da agenda é o show da banda Heroes, liderada pelo fanático André Frateschi há uma década. “Tenho vinis, bonecos, pôsteres…”, enumera ele, que conseguiu que o pianista Mike Garson, que acompanhou o britânico por anos, gravasse faixas de seu próximo disco autoral. O longo período de reclusão de Bowie não abalou nem por um segundo a fidelidade dos fãs. Já que não podem vê-lo ao vivo, eles devem formar longas filas na frente do MIS.

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