Operação com cães farejadores busca médico desaparecido no Metrô
Animais procuraram pistas do paradeiro de Roberto Gomes na Estação Consolação por meio da saliva do oncologista capixaba que sumiu na capital
Uma operação com cães farejadores em busca de pistas do paradeiro do médico Roberto Gomes, desaparecido na capital há duas semanas, movimentou a Estação Consolação, da Linha 3-Verde do Metrô, na noite desta segunda (8).
+ Médico desaparece em São Paulo horas antes de voo para Vitória
A iniciativa foi uma parceria entre o Grupo Especial de Resgate, da Polícia Civil, e a entidade voluntária K-9, que treina cachorros para auxilixar na procura por pessoas sumidas ou vítimas de sequestro.
No caso, o principal “agente” envolvido na missão desta noite foi Bruno, um bloodhound de 7 anos de idade. Levado pela coleira, ele farejou a plataforma da Estação Consolação, antes de atravessar até a Estação Paulista, da Linha 4-Amarela.
+ As últimas notícias da cidade
Para auxiliar na tarefa, policiais deixaram Bruno cheirar uma escova de dente utilizada pelo médico. Com a “informação” do odor da saliva, o animal saiu à caça de indícios que pudessem indicar a passagem do homem pela região nos últimos dias. E foi bem sucedido.
“Até então a Polícia só tinha a imagem dele saindo do hotel, obtida com as câmeras de segurança. Agora temos algumas pistas concretas e podemos provar que ele chegou até o metrô”, diz o treinador Jorge Pereira, responsável por Bruno.
Pelas indicações fornecidas pelo cão, os voluntários da k-9 afirmam que Roberto Gomes circulou pela Estação Consolação, mas não chegou à Estação Paulista. Quando quer indicar que não sentiu o cheiro pedido, o animal pula no peito do dono.
O deslocamento do bicho pelas estações chamou a atenção dos passageiros que se deslocavam na região da Avenida Paulista nesta noite. “No Brasil, as pessoas não estão acostumadas e querem brincar, passar a mão. Mas ele é um cão trabalhador”, afirma Pereira.
O mencionado trabalho começou por volta das 17h30 e se estendeu até quase 22h. Bruno, mais experiente, foi axuliado por outro “colega de profissão”, Barão, um com 1 ano e 6 meses de idade. Os dois se revezaram e descansaram durante a jornada.
Ao todo, a K-9 conta com três cachorros treinados. Além da saliva, eles podem reconhecer o cheiro de pessoas por meio de sêmen, fios de cabelo, pedaços de roupa e até acessórios como brincos.
Não é a primeira vez que o grupo auxilia na busca de pessoas desaparecidas na capital. Já foram 27 ocasiões do tipo nos últimos dois anos, com sucesso em doze delas. Nunca, no entanto, o grupo havia sido convocado a ajudar em uma investigação policial. “É também a primeira vez que trabalhamos no Metrô”, explica Pereira.
Ex-presidente da Sociedade Brasileira de Cancerologia, o oncologista capixaba Roberto Gomes, de 67 anos, está desaparecido desde o dia 29. Câmeras de segurança do hotel onde estava hospedado registraram sua saída. Ele tinha viagem programada para Vitória (ES), naquele mesmo dia, após ter lançado um livro na Assembleia Legislativa.