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4 000 moscas fazem parte de uma das obras da 32ª Bienal

No trabalho assinado pelo francês Pierre Huyghe, os insetos ficam em uma sala aberta para os visitantes

Por Julia Flamingo
Atualizado em 12 nov 2018, 18h11 - Publicado em 16 set 2016, 13h09

Você tem coragem de entrar em uma sala com milhares de moscas pairando pelo ar? E se o intuito for passar por uma experiência artística? Essa é a proposta do artista francês Pierre Huyghe para a 32ª Bienal, inaugurada na última semana, no Parque do Ibirapuera.

Huyghe pediu que os produtores da Bienal comprassem 4 000 moscas para que a obra seja mantida até o final da exposição, em dezembro. Na versão original de De-Extinction, os insetos são mosquitos. Mas com o problema da zika por aqui, os produtores da mostra convenceram o artista a fazer essa troca.

+ Vídeo: 32ª Bienal oferece experiências inusitadas


Pierre Huyghe_32a Bienal
Pierre Huyghe_32a Bienal ()

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E quem comericaliza mosca? Pois é, encontrar uma empresa com esse serviço foi o grande desafio da equipe. Ele localizaram a Bug Agentes Biológicos, de Piracicaba, que usa os exemplares de nome Black Soldier Fly, parecida com uma vespa, para controlar pragas em plantações. Os bichinhos não picam e ficam bem quietinhos, grudados nos vidros da sala na Bienal.

Para conseguir as moscas menores – aquelas que vivem aparecendo dentro de casa -, a solução foi uma empresa de produtos de limpeza. A Ecolyzer, que usa as espécies para testar produtos como repelentes, disponibilizou 2 000 moscas domésticas. Essas são mais inquietas e conseguem até dar um jeito de atravessar a cortina de ar, na entrada da sala do espaço.

+ Horários e serviços da Bienal


Pierre Huyghe_32a Bienal
Pierre Huyghe_32a Bienal ()

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Em questão de alimentação, as grandes só tomam água e as pequenas mantêm a energia com uma mistura de leite ninho (!), água e aveia. Vivem entre 25 e 30 dias.

Huyghe é um dos únicos nomes internacionalmente conhecidos convidados para a Bienal (o outro é o belga Francis Alÿs). Suas obras aparecem na forma de vídeos e instalações que se assemelham a laboratórios: a ideia é estudar as diversas maneiras de viver e as relações e interações entre os diversos seres.

Além do viveiro dos insetos, a obra traz um vídeo, em que câmeras captaram imagens microscópicas de uma resina fóssil. Formas imprecisas, de um colorido bonito e cheio de texturas, aparecem nas imagens, até que se perceba os mosquitos, imobilizados ali por sabe lá quantos milhares (ou milhões) de anos. Ele junta biologia, arquelogia e arte – e é genial.

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