Movimeto Passe Livre promove aula pública antes do aumento da tarifa
Grupo organizou um encontro no centro para explicar os principais pontos da manifestação marcada para sexta (9) contra reajuste do preço de trens, metrô e ônibus
Cerca de 350 pessoas acompanharam uma aula pública organizada pelo Movimento Passe Livre (MPL) nesta segunda (5), um dia antes do aumento da tarifa de ônibus, trens e metrô, que será reajustada de 3 para 3,50 reais. O grupo abordou o tema da gratuidade do transporte e agora planeja um ato para sexta (9), com concentração em frente ao Teatro Municipal.
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O encontro estava marcado para ocorrer em frente à sede da prefeitura, no Viaduto do Chá, no centro. No entanto, precisou ser deslocado para a parte coberta do Vale do Anhangabaú após a forte chuva que atingiu a cidade nesta tarde.
Durante todo o evento, militantes com a camiseta do coletivo, que ganhou notoriedade após as manifestações de junho de 2013, chegaram a fazer gritos de guerra pedindo a “catraca livre” no transporte público. Outros movimentos sociais também marcaram presença e garantem que irão participar da manifestação na sexta-feira, com mas de 20 000 confirmações na página do Facebook.
Entre os palestrantes que ministraram a aula estava o ex-secretário municipal de Transportes, Lúcio Gregori, autor de um projeto de lei que propunha a tarifa zero, lançado nos anos 90, na gestão da então prefeita Luiza Erundina. Na ocasião, a ideia foi vetada pela Câmara. “No mundo inteiro se paga menos do que realmente custa o transporte e aqui é o contrário. Tem gente que não usufrui do benefício porque não pode pagar”, afirma ele. “Tarifa zero é uma meta e os movimentos sociais servem para reivindicá-la.”
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Uma das militantes do MPL, Andreza Delgado, de 19 anos, afirma que a mudança do preço pode vir das ruas. “O que vai dizer se vamos barrar o aumento é a luta”, diz. Para Marcelo Hotimsky, de 21 anos, também militante do coletivo, o transporte não é visto pelo governo como um direito social. “A gratuidade para os estudantes é uma conquista que veio das ruas, mas também é forma de driblar o fato de aumentarem o preço”, explica.
Hotimsky disse também que após as manifestações que tomaram conta das ruas em junho de 2013, o grupo Passe Livre manteve a rotina de encontros para discurtir as questões ligadas ao transporte na cidade e apoiou outras causas que envolvem o tema, como a greve dos metroviários em junho de 2014, poucos dias antes da abertura da Copa do Mundo em São Paulo.
De acordo com a prefeitura, desde o último reajuste da tarifa, em janeiro de 2011, a inflação alcançou 27% e o reajuste da tarifa básica ficou abaixo disso, em 16,67%. Ainda segundo a prefeitura, o passe livre beneficiará cerca de 505 000 estudantes, dos quais aproximadamente 360 mil são alunos da rede pública e 145 mil matriculados na rede particular de ensino, mas de baixa renda.