Cargo mais alto do Ministério Público Estadual, o novo procurador-geral de Justiça de São Paulo será eleito neste sábado (5) em uma disputa que promete ser acirrada. De um lado, o atual ocupante do cargo, Márcio Elias Rosa, que encerra seu primeiro biênio e tenta a reeleição. Na chapa oposta, Luiz Antonio Marrey, ex-procurador-geral por três mandatos (1996-1998, 1998-2000 e 2002-2004).
Para Marrey, é fundamental que o Ministério Público “retome seu protagonismo” nos grandes debates da sociedade. “O órgão não pode se omitir diante de questões como greve de servidores, rebeliões carcerárias, más condições de trabalho de funcionários públicos. É dever de um procurador-geral se posicionar perante o povo”. Já Rosa acredita que é preciso “olhar para o futuro” e fortalecer o órgão internamente. “Não podemos deixar que discussões isoladas tomem grandes dimensões. Tudo precisa ser superado em nome de uma política de agregação”.
No último debate, que ocorreu na quinta-feira (3) na sede do órgão, questões sobre o orçamento da casa e a atuação do Ministério Público no interior. Marrey subiu o tom contra Rosa quando o acusou de “quebrar princípios da impessoalidade” ao fazer nomeações de gente de confiança para alguns cargos. Citou como exemplo a Promotoria da Cidadania. “Marrey, isso não aconteceu. Você, como sempre, citando pessoas que não estão aqui para se defender”, retrucou Rosa, arrancando aplausos da torcida.
Um pouco menos barulhenta, a ala de apoiadores de Marrey estava igualmente confiante na eleição. “Não se impressione com a claque. Há muita insatisfação”, comentou uma promotora que preferiu não se identificar.