Manifestantes acampam perto da casa de Temer em Pinheiros
Cerca de 150 ativistas estão no local, segundo estimativa da Polícia Militar; o acesso ao imóvel do presidente interino foi bloqueado

Um grupo de manifestantes contrários ao presidente interino Michel Temer (PMDB) criou uma ocupação próximo à sua casa em São Paulo, que fica na Praça Norma G. Arruda, em Alto de Pinheiros, na Zona Oeste da capital.
Com sacos e lonas, formam um acampamento que pede sua saída do governo federal, que assumiu provisoriamente após a abertura do processo de impeachment de Dilma Rousseff (PT). Mais cedo, alguns muros da vizinhança foram pichados com frases como “Fora Temer”e “Aqui é periferia”.
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Eles estavam entre as cerca de 3 000 pessoas lideradas por movimentos sociais que seguiram em passeata, na tarde deste domingo (22), a partir do Largo da Batata, a três quilômetros dali. Temer deixou sua casa antes das 15h e antecipou seu retorno a Brasília.

De acordo com informações da Polícia Militar (PM), cerca de 150 ativistas estão no local. Todos os acessos à Rua Bennet e à Praça Conde de Barcelos foram fechados. Um grupo de manifestantes tentou negociar, sem sucesso, com o comando do policiamento no local para se aproximar da casa do presidente interino.
Os manifestantes decidiram, então, cercar os acessos à praça. “É ilegal, o nosso direito de livre manifestação está sendo cerceado, independente de quem veio a ordem. Nós ficaremos aqui, a rua dele está cercada, até que haja posicionamentos em relação a tudo que nós viemos trazer aqui hoje”, disse o coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, Guilherme Boulos, um dos organizadores do ato.
Segundo a assessoria de comunicação da PM, a decisão de interditar as vias foi tomada em conjunto pela polícia, pelas Forças Armadas e pelo comando da segurança da Presidência da República.
Militantes
Na contramão do discurso da maioria dos movimentos participantes do ato, Felipe Alencar, membro da Coordenação Nacional do Movimento Coletivo Construção São Paulo, DCE Unifesp e Centro Acadêmico de Pedagogia da Unifesp, disse que “não é porque somos contra o governo Temer que queremos a volta de Dilma”.
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“O governo petista foi contra os trabalhadores. E nós que somos universitários sabemos o que é faltar até papel higiênico nas universidades. Não queremos a volta da Dilma porque não queremos retrocesso”, disse, em discurso. Segundo ele, o movimento defende, como alternativa, novas eleições e a extinção do Senado Federal.
Guilherme Boulos reforçou a tese de que os movimentos sociais não darão um minuto sequer de sossego ao governo interino de Michel Temer. “Não tem arrego. Ou sai o Temer ou não vai ter sossego”, cantava o ativista, do alto do caminhão de som.
Boulos disse ainda que o MTST não vai permitir nenhum corte de recurso dos programas de moradias populares. “Quem lutou para ter a sua casa própria não vai permitir nenhum retrocesso”, afirmou.
(Com informações da Agência Brasil)