Maquiadora brasileira cria cadáveres e monstros para séries e filmes
Bruna Nogueira atua em produções como <em>CSI </em>e <em>Jogos Vorazes</em>
Estrela da franquia Jogos Vorazes, a atriz Jennifer Lawrence é bem humorada e não larga o celular. Famoso pelo longa-metragem Transformers, o bonitão Josh Duhamel costuma levar sua mulher, a cantora Fergie, da banda The Black Eyed Peas, às gravações de Battle Creek, série de televisão com lançamento previsto para 2015. O “zen” Brad Pitt é capaz de permanecer mais de seis horas sem se mexer enquanto profissionais tiram moldes de seu corpo. Essas são algumas das experiências da curitibana Bruna Nogueira, de 43 anos, com astros badalados de Hollywood. Formada em 1997 no curso de cinema da Escola Panamericana de Arte, em Higienópolis, ela trabalha desde 2006 como maquiadora artística em Los Angeles, nos Estados Unidos.
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“O ritmo é industrial, e não há tempo para estrelismos: mesmo os atores mais famosos são simpáticos”, explica. A profissional esteve em São Paulo no último domingo (7) para ministrar uma palestra sobre efeitos especiais no cinema durante a Beauty Fair, uma das principais feiras de cosméticos do país, que terminou na semana passada, no Expo Center Norte.
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Dona de um sotaque americano carregado, apesar de ter morado no Brasil até os 35 anos, ela emprestou seu talento a 48 filmes e dez séries de televisão na capital mundial do entretenimento. Entre essas produções, uma das de maior destaque é a série policial CSI:New York, na qual ela atuou entre 2010 e 2013 recriando ferimentos de vítimas de crimes.
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Hoje o principal trabalho de Bruna consiste em retratar as transformações sofridas pelo lobisomem do seriado Teen Wolf, interpretado pelo ator Tyler Posey e exibido por aqui no canal Sony. Seu dia “rotineiro” é intenso: chega a maquiar catorze pessoas em uma jornada de dezesseis horas seguidas .Por esse período, fatura 670 dólares, em média (cerca de 1 500 reais).
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Mãe solteira, Bruna mudou-se para Los Angeles em 2002, quando o filho Vitor, na época com 11 anos, ganhou uma bolsa para jogar futebol. Por lá, o primeiro emprego foi de etiquetadora em lojas. Após estudar maquiagem, arranjou trabalhos na área até acumular as horas necessárias para ser admitida no sindicato da categoria, em 2010. A partir daí, pôde fechar contratos com os principais estúdios.
A função de preparar cadáveres já a deixou em apuros, como em 2007, quando carregava, no banco do carona do carro, um boneco que seria usado nas filmagens de Lago da Morte. “Passei por uns policiais, eles acabaram se confundindo e me cercaram com as armas apontadas na minha direção. Foi um susto”, lembra. As técnicas para tanto realismo, no entanto, são relativamente simples. “Uso uma tinta específica para alta resolução, que aplico com uma pistola de ar. Mas o resto não tem muito mistério: o sangue costuma ser batom e as sombras ajudam a simular os hematomas”, revela a profissional, que também promove workshops em Los Angeles e lançará um livro sobre o assunto em novembro.