Funcionária de prisão diz que avô sugeriu encobrir morte de Isabella Nardoni
De acordo com testemunha, Antonio Nardoni orientou filho e nora a simularem acidente. Menina caiu de prédio em 2008
Uma funcionária do presídio de Tremembé, interior do estado de São Paulo, afirmou em depoimento que o advogado Antonio Nardoni sugeriu simular acidente para acobertar a morte da menina Isabella Nardoni em 2006. A reportagem foi exibida pelo programa Fantástico na noite de domingo.
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Antonio é pai de Alexandre Nardoni e sogro de Anna Carolina Jatobá, madrasta da garota que morreu em março de 2008. Alexandre e Anna Carolina foram condenados, respectivamente, a 31 e 26 anos de prisão pela morte de Isabella, à época com 5 anos.
A funcionária, que não teve o nome revelado, afirma que a própria Anna Carolina lhe contou que o sogro havia sugerido que simulassem acidente. De acordo com essa servidora, Anna Carolina assumiu ter agredido a menina em uma discussão no carro depois de terem saído de um supermercado.
Isabella, segundo essa versão, ficou desacorda, e o casal imaginou que ela estivesse morta. A madrasta teria ligado ao sogro, Antonio Nardoni. Neste momento, segundo o depoimento da funcionária do estado, teria orientado a simular que a menina havia caído da janela do apartamento onde moravam, na Zona Norte. Isabella foi jogada ainda com vida do sexto andar do edifício London.
Ainda de acordo com o depoimento, Anna Carolina nunca denunciou o sogro porque ele sustenta os netos, filhos de Alexandre e Anna Carolina, e proporciona regalias na prisão, como colchão de melhor qualidade do que dos outros detentos, “queijos” e “brincos”. Questionada pela reportagem por que não havia feito a denúncia em 2008, quando ouviu os relatos de Anna Carolina, a funcionária afirmou que não sabia como denunciar.
O procurador Francisco Cembranelli, que na época foi o promotor do caso, afirmou que o novo depoimento pode reabrir o processo.
Ao Fantástico, Antonio Nardoni afirmou nunca ter sugerido simular acidente para encobrir o crime. Ele disse ainda acreditar na inocência do casal.