Multa da Receita Federal impede iraniano de continuar volta ao mundo
Ebrahim Hemmatnia fazia expedição em um veículo anfíbio, que foi taxado e está em São Paulo. Seu advogado alega falta de informações por parte do órgão
A falta de informação prestada pela Receita Federal é o principal argumento que o advogado Matheus Piazzon Tagliari deve utilizar para tentar anular a multa aplicada pelo órgão ao iraniano Ebrahim Hemmatnia. Ele precisou interromper sua viagem de volta ao mundo após descobrir que deveria pagar 18 000 dólares em taxas sobre o veículo que utiliza para fazer a jornada.
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“Não houve uma notificação prévia por parte da Receita sobre o pagamento deste valor. A única informação que o Ebrahim recebeu foi que ele teria um visto de noventa dias para permaneceu no Brasil”, afirmou Tagliari.
Hemmatnia, de 38 anos, chegou a Recife no final de janeiro após sair de Dacar, no Senegal, em novembro do ano passado, a bordo de um bote movido a pedaladas. Ainda segundo o advogado, que diz ter se prontificado a ajudá-lo sem custos, o estrangeiro estava ciente de que precisaria pagar uma multa diária de 8,28 reais após o período de três meses.
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“Ele não sabia que teria que arcar com taxas sobre o barco. É um estrangeiro, que não fala português. Em nenhum momento a Receita esclareceu a situação. Por isso, vamos tentar anular a multa”, argumentou Tagliari.
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Sem recursos para quitar as despesas, Hemmatnia retornou a Apeldoorn, na Holanda, onde mora, no último dia 16. O barco-bicicleta ficou em São Paulo. Ele quer retornar para cá e pedalar pela Argentina, Chile e Peru, de onde pretende seguir viagem pelo Pacífico até a Austrália.