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IML confirma cinco mulheres mortas pelo pintor e encontra CPF de uma possível vítima

Instituto Médico Legal afirma que documento é de jovem chamada Priscila Brito

Por Adriana Farias
Atualizado em 1 jun 2017, 16h34 - Publicado em 2 out 2015, 21h15

O Instituto Médico Legal (IML) confirmou os corpos de cinco mulheres nos sete embrulhos de restos humanos que retirou da casa do pintor e jardineiro Jorge Luiz Morais de Oliveira, no Jabaquara. Uma delas teria o nome de Priscila Brito. Essa informação coincide com o depoimento de Oliveira, que confessou ter matado seis pessoas – as do sexo feminino por estrangulamento e um rapaz a facadas.

“Recebemos quatro cadáveres, um crânio e vários ossos. Pelas análises, chegamos a um total de cinco mulheres. A novidade é que encontramos o CPF de uma jovem chamada Priscila Brito. A polícia ainda está tentando localizar seus familiares”, diz o médico Paulo Tieppo, do Núcleo de Antropologia Forense do IML. “São pessoas que teriam morrido entre três meses e um ano atrás”, afirma.

Com essa conclusão, a Polícia Civil trabalha agora com seis vítimas, e não sete, como havia divulgado inicialmente até quinta (1º). Os dois únicos corpos identificados até a noite desta sexta (2) eram do vizinho do pintor, Carlos Neto Junior, de 21 anos, e da estudante Renata Christina Pedrosa Moreira, de 33 anos.

Cruzando informações de pessoas desaparecidas, a polícia acredita que entre as vítimas possa estar a vendedora de livros Natasha Silva Santos, de 20 anos, a ajudante de serviços gerais Paloma Aparecida dos Santos, de 21 anos, e Andréia Gonçalves Leão, de 20 anos, conhecida na Alba como “Baianinha”.

“Estamos chamando todos os familiares para que façam coletas de sangue para exames de DNA e até radiografias que ajudem na identificação dos corpos”, afirma o secretário de Segurança Pública Alexandre de Moraes. “O que levou à suspeita de que seriam sete vítimas foi o depoimento da família de Kelvyn Dondoni, desaparecido há quatro meses. Eles disseram ter reconhecido uma calça jeans e um cinto entre os despojos na casa de Oliveira”, diz o o delegado Jorge Carrasco, da 2ª Seccional. “Vamos investigar, mas é improvável que ele seja uma das vítimas de Jorge, pois o IML constatou que os cinco corpos periciados são mesmo de mulheres”.

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Em depoimento à polícia, Oliveira disse ter matado as mulheres porque elas teriam conhecimento de sua suposta oposição a uma facção criminosa da região. Já no caso do rapaz, alegou legítima defesa, dizendo que o jovem entrou com uma faca em sua residência. O advogado André Nino afirma que ele agiu sob efeito de drogas e está arrependido. A polícia não leva nenhuma dessas alegações como sendo verdadeira.

Confira abaixo detalhes de quem são as vítimas identificadas e outras possíveis:

Vítimas identificadas:


Carlos Neto - REPRODUÇÃO serial killer Favela Alba
Carlos Neto – REPRODUÇÃO serial killer Favela Alba ()

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Carlos Neto Junior, de 21 anos

O jovem baiano morava há duas ruas da residência do pintor e foi visto entrando na casa dele na quarta-feira (23). Segundo o pai Carlos Neto, o jovem foi até o local para falar com uma vizinha de Jorge e desapareceu. Denúncias levaram a localização do corpo na sexta-feira (25) e, após desconfiar de deformidades no piso do imóvel, acharam outros três cadáveres e uma ossada. Jorge foi preso no mesmo dia, após apelos da mãe.

Carlos era homossexual, surdo-mudo e vivia de uma aposentadoria, por causa desse problema. Na comunidade Alba era conhecido como “mudinho”. “Ele era uma pessoa extrovertida, todo mundo na comunidade adora ele. Quando desapareceu, imediatamente começaram a procurá-lo até chegarmos a essa pista de que foi visto com o Jorge”, relata o pai.

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Renata Cristina Pedrosa Moreira - Crédito ADRIANA FARIAS
Renata Cristina Pedrosa Moreira – Crédito ADRIANA FARIAS ()

Renata Christina Pedrosa Moreira, de 33 anos

Segundo a polícia, a estudante carioca estava desaparecida desde janeiro, era usuária de drogas e ia com frequência até a Favela da Alba comprar os entorpecentes. A família desconfiou que a jovem, também homossexual, pudesse ser uma das vítimas do pintor, pois o sistema de localização de seu celular levava até a casa dele. Foram ao local, cavaram por conta própria, acharam mais corpos e acionaram a polícia. Em depoimento à polícia, Jorge confessou que ela era uma das vítimas, mas só foi possível sua identificação na quinta (1º), quando a família levou ao IML uma radiografia do braço que constava placas de titânio na clavícula e no úmero.

Possíveis vítimas:

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Natasha Silva Santos - Reprodução
Natasha Silva Santos – Reprodução ()

Natasha Silva Santos, de 20 anos

A vendedora de livros paulistana estava desaparecida desde julho após ter ido ao local a trabalho. “Duas colegas da Natasha confirmaram que ela esteve na rua do assassino”, diz o irmão Wagner Silva Santos. Com a repercussão da prisão do jovem, familiares foram à polícia acreditando que ela pudesse ser uma das vítimas. Pela TV, teriam reconhecido um celular idêntica ao de Natasha entre os itens apreendidos pela polícia. Os familiares foram ao IML na quinta e deixaram as amostras de sangue que podem ajudar na identificação da vítima.

Paloma Aparecida dos Santos, de 21 anos

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Segundo a irmã Michele Paula, ela estava sumida desde março, morava na Rua Alba e era usuária de cocaína. “Pode ser por causa disso que ele se aproximou dela, pois era uma moça trabalhadora, fazia serviços gerais até em obras”, diz. Sua família reconheceu na casa do pintor uma bermuda branca, uma blusa e um celular como sendo da jovem, outra homossexual. Em depoimento à polícia, Oliveira admitiu que matou Paloma, mas a perícia ainda não confirmou se seu corpo está entre os encontrados.

Andreia - Baianinha - ADRIANA FARIAS
Andreia – Baianinha – ADRIANA FARIAS ()

Andréia Gonçalves Leão, de 20 anos

Em depoimento à polícia, Jorge confessou ter matado também uma moça apelidada de “Baianinha” e a polícia chegou ao nome de Andréia Gonçalves Leão, de 20 anos. Porém, exames de DNA e perícia ainda devem apontar se realmente ela é uma das vítimas.

A ficha policial do responsável pelos cadáveres da Alba contabiliza outros crimes. Ele cumpriu uma condenação de dezoito anos por dois homicídios praticados em 1994 e 1995. A pena encerrou-se em novembro de 2013. Oliveira foi ainda enquadrado por formação de quadrilha em Marília, no interior, e por motim e danos causados durante rebeliões nos presídios de Avaré e de Presidente Prudente.

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